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Doria se posiciona pela 1ª vez pelo impeachment de Bolsonaro

By Clayton set 7, 2021

Governador diz que presidente cometeu crimes nesta terça e afrontou a Constituição. ‘Ele desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, diz Doria. PSDB se reúne nesta quarta para definir oposição ao governo federal.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), manifestou-se nesta terça-feira (7), pela primeira vez, pelo impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo Doria, “Bolsonaro afrontou a Constituição”. A executiva nacional do PSDB se reúne na quarta para definir oposição ao governo federal e discutir a posição do partido sobre a abertura do impeachment.

“Minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro – depois do que ouvi hoje ele claramente afronta a Constituição”, afirmou Doria.

“Eu até hoje nunca havia feito nenhuma manifestação pró-impeachment, me mantive na neutralidade, entendendo que até aqui os fatos deveriam ser avaliados e julgados pelo Congresso Nacional, mas depois do que assisti e ouvi hoje, em Brasília, sem sequer estar ouvindo, ele, Bolsonaro, claramente afronta a Constituição, ele desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, completou Doria no Centro de Operações da PM (Copom), onde monitora, ao lado do Procurador-Geral de Justiça, Mário Sarrubbo, o esquema especial de policiamento das manifestações.

Doria se referia ao fato de, em discurso a apoiadores em Brasília, Bolsonaro ter feito nesta terça uma ameaça ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, e afirmar que convocaria o Conselho da República, órgão responsável por opinar em situações extraordinárias sobre defesa e segurança do estado.

“O volume de crimes já cometidos pelo presidente da República no dia de hoje nas manifestações são mais que suficientes para justificar, se não for um novo pedido, os mais de 130 pedidos de impeachment que adormecem na mesa do presidente da Câmara em Brasília”, defendeu o governador.

Também nesta terça, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, convocou a reunião extraordinária para esta quarta-feira (8), “para diante das gravíssimas declarações do presidente da República no dia de hoje, discutir a posição do partido sobre abertura de impeachment e eventuais medidas legais”.

“Eu cumprimentei o presidente nacional do PSDB, Bruno Araujo, pela convocação amanhã da executiva nacional do partido, para discutir as questões relativas ao que está sucedendo hoje no Brasil. Eu não faço parte da executiva nacional do PSDB, portanto, não me cabe participar dessa reunião, mas já me manifestei claramente e reproduzo a minha opinião posição: O PSDB, partido pelo qual fui eleito governo do estado de SP, estado mais densamente habitado do país, maior força econômica do país, a minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro”, disse Doria.

“E a posição de que o PSDB deve perfilar como partido de oposição ao presidente Jair Bolsonaro”, completou.

Nas eleições de 2018, Doria recebeu apoio de Bolsonaro e apoiou a candidatura do atual presidente, com a criação do slogan “BolsoDoria”. Depois da vitória, ambos se distanciaram e se tornaram rivais durante a condução da resposta à pandemia de Covid-19.

Críticas de Bolsonaro ao STF

Em discurso a apoiadores em Brasília, Bolsonaro ter feito nesta terça uma ameaça ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, e afirmar que convocaria o Conselho da República, órgão responsável por opinar em situações extraordinárias sobre defesa e segurança do estado.

No discurso, Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, do STF — sem citar o nome do ministro. Alexandre de Moraes é responsável pelo inquérito que investiga o financiamento e organização de atos contra as instituições e a democracia e pelo qual já determinou prisões de aliados do presidente e de militantes bolsonaristas. Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com o presidente, “uma pessoa específica da região dos três poderes” está “barbarizando” a população e fazendo “prisões políticas”, que, segundo afirmou, não se pode mais aceitar.

Fonte: G1

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