5 dias após temporal, energia volta no Jardim Maracanã-SP graças à luta de moradores

Após cinco dias sem luz, o Jardim Maracanã-SP finalmente teve o restabelecimento da energia, graças à pressão dos moradores, que realizaram protestos contra a concessionária Enel. Desde o temporal que atingiu a cidade na última sexta-feira (11/10), o bairro ficou no escuro, com promessas de solução sendo feitas e descumpridas. A situação só mudou com a mobilização da comunidade e a intervenção decisiva de um morador local.

5 dias de luta: Moradores se mobilizam por energia

O bairro Jardim Maracanã, localizado na zona sul de São Paulo, enfrentou uma grave crise de falta de energia após o temporal do dia 11 de outubro. Árvores caídas danificaram a rede elétrica, e a concessionária Enel não conseguiu solucionar o problema de forma rápida, deixando centenas de residências sem luz.

Desde o sábado (12/10), equipes da Enel compareceram ao bairro, mas sem sucesso. Os técnicos ficavam no local por algumas horas, avaliavam a situação e prometiam a resolução, mas saíam sem religar a energia. As falhas no serviço geraram revolta, pois, segundo os moradores, o problema era agravado pela falta de poda de árvores.

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Jardim Maracanã sem energia Foto: Clayton Lima

Protestos, diálogo e a ponte que mudou tudo

Na terça-feira (15/10), após quatro dias sem respostas concretas, os moradores decidiram fechar ruas em protesto. Barricadas foram erguidas com lixo e galhos de árvores na Avenida Jacobus Baldi e na Rua Tarcília Monteiro, interrompendo o tráfego na região. Mesmo com a manifestação, a Enel não solucionou o problema imediatamente.

Jardim Maracanã sem energia Foto: Clayton Lima

No entanto, um momento crucial ocorreu quando os técnicos da Enel pareciam prestes a desistir e deixar o local mais uma vez. Um morador local interveio e fez uma ponte de diálogo entre a comunidade e os responsáveis da concessionária. Ele explicou em detalhes a situação crítica enfrentada pelos moradores, as perdas financeiras e o impacto na saúde de algumas famílias, ressaltando a urgência de uma solução. Essa conversa foi decisiva para mudar o cenário.

Após esse diálogo, os técnicos decidiram permanecer no local e, pouco tempo depois, trouxeram os fios e equipamentos necessários para realizar o reparo. A intervenção do morador foi essencial para desbloquear o impasse e garantir a continuidade dos serviços.

Jardim Maracanã sem energia Foto: Clayton Lima

Religue da energia e prejuízos acumulados

Por volta das 11h40 da quarta-feira (16/10), a energia foi finalmente restabelecida no Jardim Maracanã, pondo fim a uma espera de aproximadamente 131 horas. Durante o período sem luz, os moradores relataram prejuízos materiais consideráveis, como a perda de alimentos perecíveis, além de impactos na saúde, com idosos e pacientes com ventilação mecânica sem o suporte adequado.

Linha do tempo do apagão no Jardim Maracanã-SP

  • 11/10 (sexta-feira): Temporal atinge São Paulo, causando queda de árvores e danos à rede elétrica no Jardim Maracanã.
  • 12/10 (sábado): Primeiras equipes da Enel chegam ao bairro, mas saem sem solucionar o problema.
  • 13/10 e 14/10 (domingo e segunda-feira): Técnicos continuam a visitar o local sem resolver a falta de energia.
  • 15/10 (terça-feira): Moradores organizam protestos e bloqueiam vias no bairro. A Enel envia equipes, mas o problema persiste. A intervenção de um morador local muda o rumo das negociações.
  • 16/10 (quarta-feira): Após nova manifestação e o diálogo com os técnicos da Enel, a energia é restabelecida por volta das 11h40.
Jardim Maracanã sem energia Foto: Clayton Lima

Crise de energia se espalha por São Paulo

Além do Jardim Maracanã, a crise de energia afeta várias áreas de São Paulo. Segundo a Enel, cerca de 400 mil clientes continuam sem energia, dos quais 283 mil estão na capital. Bairros como Pedreira, Jabaquara e Campo Limpo são os mais atingidos. O governo federal estabeleceu um prazo de três dias para a concessionária normalizar a situação.

Procon e ações judiciais

O Procon-SP notificou a Enel, exigindo explicações sobre as medidas adotadas. A empresa tem 48 horas para responder, e postos avançados do Procon foram instalados em estações de metrô para receber queixas dos consumidores.