PGR pede ao STF abertura de inquérito contra Salles e Telmário Mota

O vice-procurador-geral, Humberto Jacques de Medeiros, também pediu depoimentos do presidente do Ibama e de agentes da Polícia Federal

RicardoSalles
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é alvo de investigação da PF. Foto: SERGIO LIMA / AFP

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (31/5), a abertura de inquérito contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o senador Telmário Mota (Pros-RR).

A petição solicita, ainda, informações às autoridades mencionadas e também requer depoimentos do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e dos agentes da Polícia Federal relacionados à Operação Handrooanthus.

A representação criminal formulada por um delegado da Polícia Federal chegou à PGR no mês passado. O órgão então solicitou informações às autoridades envolvidas e, após análise dos esclarecimentos, decidiu pedir abertura de inquérito para aprofundar as apurações.

Continua após a publicidade..

Na notícia-crime, o delegado faz referência à maior apreensão de madeira da história do Brasil. No documento, o policial diz que Salles dificulta fiscalização ambiental e patrocina interesses privados.

O delegado citou haver indícios de dois crimes: advocacia administrativa e impedir ou embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

A PGR relatou ao Supremo que, no caso sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, “investiga-se suposta atuação coordenada de servidores ocupantes de cargos em comissão do Ministério do Meio Ambiente, indicados por Ricardo de Aquino Salles, os quais atuariam para garantir interesses ilegítimos de empresas madeireiras”.

Ainda no documento, a PGR afirma que, em manifestação ao MP, Salles chamou a notícia-crime de “infundada”, mas confirmou ter participado de reunião com empresários para tratar de assuntos relativos a uma operação da PF.

“O comparecimento, in loco, da mencionada autoridade [Salles], bem como as suas manifestações públicas quanto a uma investigação em curso, são dados exaustivamente documentados pela autoridade policial, com registros fotográficos, a merecer os devidos esclarecimentos”, afirmou a PGR.

Fonte: Metropoles