Última vez que o atacante começou uma partida com a amarelinha foi sob o comando de Dunga
Por Bruno Cassucci e Raphael Zarko
Lá se vão cinco anos desde que Gabigol foi titular da Seleção pela última vez. Ainda sem descolorir os cabelos e com menos músculos e tatuagens no corpo, o então atacante do Santos, com 19 anos na época, iniciou a partida contra o Peru, em 12 de junho de 2016, pela Copa América, nos EUA.
O Brasil acabou derrotado por 1 a 0, foi eliminado na primeira fase do torneio, e o duelo marcou a despedida do técnico Dunga, demitido dois dias depois. Um gol ilegal de Ruidíaz levou Tite a ser convidado pelo então presidente José Maria Marin para a Seleção.
Desde então, Gabigol voltou a ser convocado para os dois primeiros jogos de Tite, contra Equador e Colômbia, ainda em 2016, e para amistosos contra Senegal e Nigéria, em 2019. Apenas nesta última partida ele teve chance de jogar, ao entrar no lugar de Roberto Firmino, no segundo tempo. Foram 33 minutos em campo, com uma finalização de cabeça, muita movimentação e pouco brilho.
No ano passado, ele voltou a ser chamado pelo treinador, mas as partidas contra Colômbia e Argentina foram adiadas por conta da pandemia de novo coronavírus.
Agora, porém, a longa espera do centroavante parece estar perto do fim. Gabigol treinou entre os titulares da Seleção na última quarta-feira e tem grande chance de começar o confronto diante do Equador, nesta sexta-feira, às 21h30, no Beira-Rio, pela quinta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022.
Embora frequente a seleção brasileira principal desde os 19 anos, Gabigol, que está com 24, disputou poucas partidas pela equipe. Caso seja confirmado por Tite como titular em Porto Alegre, o jogador do Flamengo fará apenas o seu sexto jogo com a amarelinha.
Até hoje ele participou de cinco partidas (três pela Copa América de 2016 e dois amistosos) e marcou dois gols. Um no amistoso contra o Panamá (2 a 0), outro na Copa América do Haiti, em goleada por 7 a 1.
Última aparição um mês antes da “glória eterna”
Neste período distante da Seleção, muita coisa se transformou na vida do jogador, que teve passagens apagadas pela Inter de Milão, da Itália, e Benfica, de Portugal, antes de voltar ao Santos e, depois, tornar-se ídolo da torcida do Flamengo.
Em outubro de 2019, depois de jogar poucos minutos contra a Nigéria, Gabigol voltou ao Flamengo e começou a empilhar os maiores troféus da carreira. A maior conquista, a Libertadores de 2019, no dia 23 de novembro – a “glória eterna” veio com dois chutes de canhota do artilheiro.
Nestes cinco anos sem ser titular da Seleção, Gabriel ganhou a medalha de ouro olímpica, uma Libertadores (2019), dois Brasileiros (2019 e 2020), três Cariocas (2019, 2020, 2021), uma Recopa Sul-Americana (2020) e duas Supercopas do Brasil (2020 e 2021). Sem contar os diversos prêmios individuais…
O momento de Gabigol é dos melhores. Ele tem média de um gol por jogo na temporada, com 15 bolas na rede em 15 partidas. Em 2020, ele marcou 27 em 43 jogos, enquanto em 2019 anotou 43 em 59.
O atacante rubro-negro deve substituir Roberto Firmino, que é o artilheiro do Brasil nas Eliminatórias ao lado de Neymar, com três gols, mas vem em baixa no Liverpool. Ele marcou nove gols em 48 jogos na temporada.
Gabigol substituiu Roberto Firmino na última vez que atuou pela Seleção, em 2019 — Foto: Lucas Figueiredo / CBF
Há pouco mais de duas semanas, quando convocou a Seleção, Tite detalhou o que cada um dos atacantes chamados poderia lhe oferecer:
– Depende do que você quer no jogo. O jogador terminal, que vira de costas para o armador, porque quer a última bola, é o Richarlison. Sobre o jogador de combinação, você tem o Gabigol para poder executar essa função, com presença de área na sequência. Você tem o Firmino, que vai do 9 para o 10 e depois entra na área. Se quer o Gabriel Jesus do City, que ataca o espaço, tem também – explicou o técnico.
O Brasil é líder das Eliminatórias com 100% de aproveitamento. Se convencer Tite nas partidas contra Equador e Paraguai e também nos treinamentos, Gabigol permanecerá na Seleção para a Copa América, que começa no dia 13.