Caçada pelo fugitivo, suspeito de matar quatro pessoas da mesma família na capital, entrou no 14° dia, nesta terça-feira (22). Força-tarefa é composta por mais de 200 agentes de diversas corporações.
Zilda Maria, tia de Lázaro Barbosa, contou ao G1 que o sobrinho dela ligou para a mãe dele, Eva Maria de Souza, dois dias após a chacina na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, e contou que não agiu sozinho.
Em entrevista ao G1, Zilda Maria informou que a irmã estava no ônibus, voltando para a cidade de Barra do Mendes, na Bahia, quando recebeu a ligação do filho. Durante a conversa, ele perguntou se a mãe estava bem e disse que não era ele que estava com a mulher.
“Ela falou que conversou com ele dois dias após o crime. Ele ligou para ela, ela já estava vindo para a Bahia, porque estava em Brasília”, contou Zilda Maria.
A ligação aconteceu dois dias depois de Lázaro matar um casal e os dois filhos deles em Ceilândia, no dia 9 de junho. As vítimas foram o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, Gustavo Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Vidal, de 15. Todos eles foram encontrados sem vida, na chácara da família, com marcas de tiros e facadas.
“Ela atendeu o telefone no ônibus, ficou nervosa, ele perguntou se ela estava bem e ela disse: ‘Como é que você me pergunta se eu estou bem? Depois de tudo que você fez, como é que é você me pergunta se eu estou bem? Cadê a mulher? O que que tu fez?’. Aí ela disse que ele falou assim: ‘Não foi eu sozinho e não sou eu que estou com a mulher’. Ela disse que a prosa foi essa aí”, disse a tia de Lázaro.
A esposa de Cláudio e mãe dos jovens, Cleonice Marques, de 43 anos, foi sequestrada pelo suspeito e encontrada morta três dias após o primeiro crime.
Segundo Zilda Maria, após a ligação para a mãe, Lázaro não entrou mais em contato com Eva e nem com ninguém da família.
‘O que eu mais quero é ele seja preso’
“O que eu mais quero é que ele seja preso, para ele esclarecer todas as verdades”, disse Eva Maria de Souza, mãe de Lázaro Barbosa, durante entrevista feita na cidade de Barra do Mendes ao BATV, programa da TV Bahia, na noite de quinta-feira (17).
Eva Maria de Souza chegou a afirmar que acredita que Lázaro Barbosa está sendo perturbado por um “demônio” e revelou que ela não o vê há dois anos.
“Eu acho assim, que é um demônio, um demônio que perturba ele. Tem mais de dois ano que eu não o vejo”, disse a mãe do suspeito.
Ele é procurado por mais de 200 agentes das polícias Militar, Civil e Federal e os primeiros crimes teriam sido cometidos há 13 anos, no distrito de Melancia, em Barra do Mendes, na Bahia. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) disse que um dos crimes foi denunciado ao órgão em 2008 e uma ação penal já transita na Justiça.
Segundo vizinhos da família de Lázaro Barbosa, o primeiro crime que teria sido cometido por ele ocorreu em novembro de 2008, quando Lázaro atirou em um homem que tentou evitar que ele cometesse um estupro. A vítima foi atingida no peito.
O lavrador José Carlos, conhecido como Carlito, escutou gritos de uma vizinha. E, chegando ao imóvel, tentou questionar o homem motivo da violência. De acordo com o irmão da vítima, Pedro Oliveira, Lázaro estava armado e atirou contra o vizinho.
“Ele [Lázaro] estava com uma espingarda na mão, só fez encostar a arma no peito dele [de Carlito] e disparou à queima-roupa. No momento que eu saí para chamar meu irmão e avisar a mãe, eu escutei o tiro. Era bem próximo. Saí correndo e ele tinha fugido. Só fiz pegar ele [Carlito], botar no carro e levei para o hospital, mas chegou lá quase sem vida”, disse o agricultor.
A vizinha Adriana, que sofreu a tentativa de estupro, está traumatizada com o caso desde que foi violentada.
O pai da mulher, José Sales, disse que ela fica apreensiva com a possibilidade de Lázaro retornar à Bahia.
“Ela me perguntou: Meu pai, será que esse homem ainda vai vir aqui pra Bahia? Eu estou aqui assombrada”, diz José sobre a preocupação da filha.
Fonte: G1