Dias depois de impor confinamento a não vacinados, governo austríaco anuncia confinamento total a partir de segunda-feira; casos em alta e baixa taxa de vacinação são os principais culpados.
Em meio a um aumento expressivo no número de casos de covid, especialmente entre não vacinados, e diante de uma das mais baixas taxas de vacinação da Europa Ocidental, a Áustria se tornou nesta sexta-feira (19) o primeiro país do continente europeu a reinstaurar um confinamento nacional.
A medida vale a partir da próxima segunda-feira (22) e ocorre dias depois de o governo austríaco ter imposto um confinamento aos não vacinados.
O chanceler da Áustria, Alexander Schallenberg, disse que o novo lockdown duraria pelo menos 10 dias e que haveria uma exigência legal a partir de 1º de fevereiro de 2022 para que as pessoas se vacinem.
Findo o período de dez dias, o governo vai reavaliar se o confinamento será estendido ou não.
Os números mais recentes mostram uma taxa de incidência de 990,7 casos por 100 mil pessoas na semana passada, e o ministro da Saúde, Wolfgang Mückstein, disse que impor um confinamento nacional é um “último recurso”.
“Não queremos uma quinta onda”, disse Schallenberg após se encontrar com os governadores das nove províncias austríacas no oeste da Áustria.
Pelas medidas, os austríacos serão instruídos a trabalhar em casa, lojas não essenciais serão fechadas e as escolas permanecerão abertas para crianças que precisam de aprendizado presencial.
Muitos outros países europeus estão impondo restrições à medida que os casos aumentam.
O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, anunciou o que chamou de confinamento para os não vacinados, em vigor a partir da próxima segunda-feira, e o governo tcheco também está limitando o acesso a uma variedade de serviços. A Holanda introduziu um confinamento parcial no fim de semana passado.
Já a Alemanha decidiu introduzir restrições para pessoas não vacinadas em áreas com altas internações em hospitais de covid, o que afetaria 12 dos 16 estados do país.
O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, alertou para um inverno rigoroso pela frente.
Ele culpou a cobertura vacinal insuficiente junto com “a flexibilização das medidas preventivas e a propagação da variante Delta, mais transmissível”.
Na quinta-feira (18), a revista científica Nature publicou um estudo em que fala que a pandemia de covid pode causar mais 300 mil mortes em 19 países da Europa.
A pesquisa sugere que a pandemia pode provocoar cerca de um milhão de hospitalizações na Europa. Os autores ressaltam que suas estimativas são números máximos e que eles partem do pressuposto de que todas as restrições tenham sido suspensas e o contatos entre as pessoas tenham voltado aos níveis pré-pandêmicos. O estudo ainda não passou por revisão de pares.
Fonte: BBC Brasil