Apontado como líder do PCC aconselha filho e elogia a mulher ao vê-los no presídio. Polícia gravou conversas para identificar códigos
Com medo de que o filho mais novo, de 13 anos, entre para o crime, Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, apontado pelo estado de São Paulo como líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), aconselha o adolescente a não usar drogas nem brincar com armas de brinquedo. “Meu maior trauma, da sua mãe e da família inteira é que você siga os meus passos”, disse ele ao filho durante uma visita na prisão.
As conversas gravadas foram disponibilizadas com exclusividade ao programa Domingo Espetacular, da Record TV. A data da gravação marca o dia 12 de janeiro deste ano.
Marcola também reclama de que o adolescente tem sido rebelde e dado trabalho à mãe, já que teria de tudo, inclusive, segundo ele, uma casa com piscina. Além disso, aconselha-o a não usar drogas. “Fumar é coisa de mané, começa assim e pode te levar para o outro mundo”, diz ele, referindo-se ao crime. O suposto chefe do PCC pede ainda que o filho faça mais exercícios físicos.
Além da conversa repleta de conselhos, o acusado de assalto a bancos e envolvimento com o crime organizado conversa com a mulher. À esposa, Cynthia Giglioli da Silva Camacho, com quem está casado desde 2007, diz quanto está bonita. “Reparei o batom, a roupa caiu bem, o perfume está bom”, elogiou
O presídio federal onde Marcola está não tem visita íntima, então o casal conversa apenas por telefone e uma parede de vidro blindado impede que os dois se toquem. Ainda assim, ele faz questão de se levantar, colocar a mão no vidro e beijar a esposa.
Cynthia diz ao marido que, apesar do casamento a distância, não se arrepende de nada. “Só sinto saudade de você, dos seus abraços e beijos”, desabafa.
Os registros da conversa do suposto líder do PCC com a família e advogados fazem parte de uma operação da Polícia Federal que conseguiu antecipar um plano de fuga. De acordo com a investigação, a organização criminosa preparava um plano para sequestrar autoridades e trocá-las por criminosos condenados.