Daniel Santos de Sousa declarou em depoimento nesta quarta-feira (9) que conversou com Flordelis dias após a morte do pai e que ela parecia tentar se justificar sobre o crime
O filho de Flordelis declarou em depoimento no Tribunal do Júri, nesta quarta-feira (9), que dias após a morte do pai, o pastor Anderson do Carmo, a ex-deputada federal o chamou para conversar e que ela parecia tentar se justificar sobre o crime.
Daniel Santos de Sousa foi a segunda testemunha a prestar depoimento no terceiro dia de julgamento do caso no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
A oitiva começou por volta das 12h20.
O jovem de 24 anos contou que durante a conversa, em uma sala vip da igreja, sua mãe falava que o pai dele não era tudo aquilo que ele imaginava. Para ele, Flordelis parecia que estava tentando se explicar.
Daniel era o filho mais próximo do casal e acreditava ser filho biológico de Anderson do Carmo com a ex-parlamentar, só descobrindo que era adotado através da polícia, logo depois da morte do pai.
Em depoimento, o rapaz disse que antes do homicídio ficou sabendo, por duas vezes, de diferentes tentativas para matar o pastor. A primeira foi quando Lucas, seu irmão afetivo já condenado por ter comprado a arma do crime, o confidenciou no carro que Marzy tinha lhe oferecido dinheiro para matar Anderson numa simulação de assalto. Daniel narrou ainda que a segunda vez foi quando ficou sabendo que Simone procurou um ex-namorado, identificado como Rogério, para matar o pastor mas que ele desistiu.
O jovem também afirmou que Flordelis tinha muito poder de influência sobre todos os outros réus e que já viu ela mesmo colocar remédios na comida do pai dele.
Depoimento por vídeo conferência e muito choro
Daniel prestou depoimento por videoconferência, apesar de estar presente no Fórum de Niterói. Questionado pelos promotores do porque não querer estar presente fisicamente na sessão, o rapaz declarou que tinha um sentimento forte ainda e que o momento ainda era muito doloroso para ele.
Ao ver o filho na tela, Flordelis chorou bastante.
O início do depoimento de Daniel foi marcado por bastante emoção enquanto ele contava os últimos contatos com o pai ainda vivo, momentos antes do crime, e também de quando o encontrou já morto na garagem da casa da família, no Badu, em Niterói.
Durante a fala de Daniel, os réus Simone e André também chegaram a chorar.
Por conta da chamada virtual, em alguns momentos a comunicação entre os promotores e a testemunha falharam.
Por conta disso, assim que foi dada a pausa para o almoço de uma hora, às 14h, o promotor Carlos Gustavo Andrade, acompanhado dos colegas Mariah Paixão e Décio Viegas, se manifestou contrário à decisão da juíza Nearis Arce de não retirar os réus da audiência, conforme requerimento da defesa dos réus de que as testemunhas que se sentissem constrangidas que fossem retiradas da sala ao invés dos réus.
“Infelizmente a oitiva do Daniel teve que ser, por um requerimento da defesa impugnado pelo Ministério Público mas deferido pela juíza, fosse feito por videoconferência. Houve uma série de dificuldades técnicas para conseguir se fazer que a testemunha fosse ouvida, que as perguntas fossem ouvidas, mas aos trancos e barrancos, ainda que o jurado não possa ter tido a presença física da testemunha, lamentavelmente, que na visão do MP é fundamental na produção da prova, a gente conseguiu ouvir com todas as dificuldades e vai continuar pós almoço a oitiva do Daniel. O Ministério Público está satisfeito com as testemunhas que estão sendo ouvidas e tem certeza que será feita a justiça ao assassinato do pastor Anderson”, declarou o promotor.
O depoimento de Daniel foi retomado após as 15h.
Fonte: Portal BAND