Corpo de Pelé será velado na Vila Belmiro e enterrado em Santos

Pelé, considerado o rei do futebol, ficou internado por mais de um mês, piorou nas últimas semanas e morreu hoje. Corpo será velado na Vila Belmiro e será enterrado em Santos

Nascido Edson Arantes do Nascimento, imortalizado por Pelé, o rei do futebol morreu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos em São Paulo. O ex-jogador sofria de problemas de saúde consecutivos e, no início de setembro de 2021, foi descoberto um tumor em seu intestino. A morte foi confirmada por Kely Nascimento, filha mais velha do rei.

Pelé foi internado pela última vez em 29 de novembro de 2022 no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, para reavaliação da quimioterapia e tratamento de uma infecção respiratória. No dia 21 de dezembro, o quadro se agravou com a aceleração do câncer e problemas renais e cardíacos.

Em 2021, o jogador foi operado de um tumor no cólon direito e desde então faz quimioterapia e radioterapia para controlar a doença. Naquela época, foi a maior internação do rei do futebol e o momento em que sua saúde foi completamente abalada.

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O ex-jogador passou boa parte da última Copa do Mundo internado. A partir do Catar 2022, atletas, dirigentes e torcedores de diversas partes do mundo enviaram mensagens de apoio e votos de boa saúde para o rei. Kylian Mbappé, vice-campeão da França, e a Seleção Brasileira elogiaram Pelé. Prédios da capital do Catar também fizeram menção ao Atleta do Século, que só apareceu nas redes sociais.

Pelé até respondeu às mensagens, sempre com frases de otimismo, mas conforme a doença avançava, até as contribuições eram raras. Familiares se reuniram em um quarto de hospital para passar o Natal com o rei.

Início das complicações

Em abril de 2019, Pelé passou mal em um evento em Paris e precisou ficar cinco dias internado na capital francesa devido a uma infecção urinária. Ao voltar para o Brasil, ficou seis dias internado no Einstein para retirada de um cálculo renal.

Desde então, o rei do futebol, que não estava mais envolvido na Copa do Mundo de 2018 na Rússia, deixou de comparecer a grandes eventos públicos e homenagens – a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) chegou a inaugurar uma estátua em tamanho real sem a sua presença.

As ausências viraram rotina, pois Pelé não se sentia confortável na cadeira de rodas. Segundo pessoas próximas, também havia certa vergonha para aqueles que, como atletas, sempre se entregaram à saúde. No entanto, o suporte tornou-se necessário após duas cirurgias de quadril, em novembro de 2012 e dezembro de 2015, além de uma cirurgia de coluna em julho de 2015 para descompressão de raízes nervosas.

Na primeira operação de quadril, Pelé implantou uma prótese para corrigir a artrose que o incomodava desde 2009 e não fez exercícios de fisioterapia. Acusado de negligência médica, o ex-jogador passou por mais uma operação, desta vez nos Estados Unidos.

Em fevereiro de 2020, Edinho chegou a dizer que o pai sofria de depressão. Pouco tempo depois, o próprio Pelé usou as redes sociais para afirmar que só estava tendo “dias bons e dias ruins” como convém à sua idade — Edinho, técnico do Londrina (PR), conheceu o pai na semana do Natal. , em um hospital de São Paulo. No mês seguinte, Pelé não compareceu ao enterro do irmão Zoca porque estava acordando e com medo da covid-19.

Em março de 2021, aos 80 anos, o “Cidadão Edson”, como sempre gostou de distinguir, tomou a primeira dose da vacina contra a Covid em sua casa, no Guarujá, litoral sul de São Paulo.

Reverenciado mundo afora, Pelé deixa hoje números que ficarão para sempre na história do futebol. O atleta do século, ainda considerado por muitos o maior jogador de todos os tempos, foi tricampeão mundial pela Seleção Brasileira (1958, 1962 e 1970), bicampeão mundial de clubes pelo Santos (1962 e 1963). ), marcando 1.281 gols em 1.363 partidas, segundo a IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol).

Além da camisa da Seleção Brasileira (1957 a 1971), que ajudou no icônico dez, Pelé também defendeu as cores do Santos (1956 a 1974) e do New York Cosmos (1975 a 1977).

Pelé deixa a esposa Márcia Aoki, os filhos Kela Cristina, Jennifer e Edinho (de relacionamento com Rosemeri dos Reis Cholbi), Joshua e Celeste (de relacionamento com Assíria Seixas Lemos) e Flávia Kurtz (de relacionamento extraconjugal). Sandra Regina Machado (também filha de relacionamento extraconjugal) faleceu em 2006, dez anos após o reconhecimento da paternidade.