Ecóloga paraense defende fortalecimento de comunidades da Amazônia

A ecóloga paraense Ima Vieira, que participará de plenária no Diálogos Amazônicos, no próximo domingo (6), em Belém, no Pará, defende a necessidade de políticas públicas para zerar o desmatamento e fortalecer bioeconomias. ebcebc

“[Os desafios] exigem uma revolução de infraestrutura científica e o reconhecimento do papel das comunidades locais em um projeto para a região”, afirmou a ecóloga em entrevista à Agência Brasil. Ela é pesquisadora do Museu Emílio Goeldi (https://www.gov.br/museugoeldi/pt-br), referência da ciência, sediado na capital paraense.

Ima sustentou que as comunidades tradicionais amazônicas ocupam e são responsáveis pelo manejo de 45% do território. “A Amazônia é relevante para o Brasil e o mundo. É a maior floresta tropical e abriga a mais ampla sociobiodiversidade do planeta”, frisou.

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Diversidades

Para a pesquisadora, a Cúpula Amazônica – nos dias 8 e 9 – e o evento prévio Diálogos Amazônicos (de 4 a 6 deste mês), no Hangar Centro de Convenções, oferecem uma excelente oportunidade para o desenvolvimento de uma agenda para a região com o princípio de reconhecimento da diversidade biológica, cultural, étnica e estrutural.

Confira programação dos eventos.

Ela considerou como necessário o fortalecimento de uma agenda integrada inovadora, com suporte às instituições científicas estabelecidas na região.

“A minha expectativa é a de que, a partir desse importante evento, as instituições e o capital humano da região saiam mais fortalecidos e suas propostas sejam consideradas pelos presidentes dos países pan-amazônicos”, destacou.

Pesquisa na Amazônia

A cientista Ima Vieira está confirmada para o próximo domingo, de 9h às 12h, na plenária com o tema “Mudança do clima, agroecologia e as sociobioeconomias da Amazônia: manejo sustentável e os novos modelos de produção para o desenvolvimento regional”.

A ecóloga é referência internacional na pesquisa em biodiversidade amazônica, com tese de doutorado em ecologia pela Universidade de Stirling, no Reino Unido.

Ela estuda as mudanças nas florestas amazônicas, o que inclui o ponto de vista de povos indígenas e de populações tradicionais.

Ima disse, ainda, que o Museu Emílio Goeldi tem uma história de 157 anos com a coleta de elementos da história natural e humana. “A instituição faz parte da história nacional de ciência e tecnologia, e se tornou um dos mais importantes museus brasileiros”, sintetizou.

Os trabalhos de campo da instituição, conforme explica a professora, absorvem as demandas de povos indígenas e comunidades e, por isso, o museu é instrumento de diálogo e transformação social. “Eu olho para o Museu Goeldi e vejo uma potência singular de capacidade de produção e comunicação do conhecimento científico já enraizada na região”, finalizou.