Na noite desta segunda-feira (14/8), a assembleia dos metroviários de São Paulo tomou uma decisão crucial em relação à greve planejada para a terça-feira (15/8). Após uma votação que reuniu 2.465 participantes, 78,8% optaram por suspender a greve, marcando um desfecho significativo para a situação.
A suspensão da greve, um passo de grande importância, foi proposta pela direção do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a qual destacou como fator primordial o adiamento do edital de terceirização da manutenção do Pátio Oratório. A liderança da entidade também enfatizou a necessidade de uma frente unificada de resistência contra a privatização das redes do Metrô, da CPTM e da Sabesp.
A postura adotada pelo sindicato teve respaldo em um anúncio feito na quinta-feira passada (10/8), no qual foi comunicado que um dos motivos da possível paralisação estava atrelado ao plano de privatização de todas as linhas do Metrô, uma proposta apresentada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ademais, a terceirização de postos de trabalho, vista com desconfiança pelos metroviários, também foi objeto de crítica.
Durante a fase de preparativos para a greve, os metroviários chegaram a manifestar a disposição de operar os sistemas com as catracas desbloqueadas na terça-feira, caso a greve ocorresse.
Se a greve tivesse prosseguido, seria obrigatório seguir as diretrizes estabelecidas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. A Justiça havia determinado que, em uma situação de greve em potencial, o sindicato deveria garantir a operação de 70% dos serviços durante os horários de pico e 30% nos demais períodos. O descumprimento dessas regras acarretaria em uma multa diária de R$ 100 mil.
O cenário da greve do Metrô de São Paulo ganha contornos decisivos com a votação que suspende a paralisação programada. A relevância da decisão é acentuada pelas circunstâncias, envolvendo a preocupação com a terceirização da manutenção e a resistência contra a privatização de entidades essenciais. A mobilização dos metroviários evidencia a importância da unidade na luta por direitos e a atenção à dinâmica judiciária reforça o delicado equilíbrio entre o exercício do protesto e as obrigações legais.