Italiana Valentina Petrillo será a Primeira Atleta Transgênero nos Jogos Paralímpicos de Paris

Velocista Competirá nas Provas Femininas de 200 e 400 Metros

Valentina Petrillo está prestes a fazer história como a primeira atleta abertamente transgênero a competir nos Jogos Paralímpicos. A velocista com deficiência visual foi selecionada para representar a Itália nas provas femininas de 200 e 400 metros em Paris. Aos 50 anos, Petrillo fez a transição em 2019 e já conquistou medalhas de bronze em ambos os eventos durante o Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico no ano passado, também realizado em Paris. Antes da transição, ela acumulou 11 títulos nacionais na categoria masculina.

“Ainda acho difícil acreditar e estou mantendo os pés no chão porque minha chance de participar em Tóquio foi perdida por um triz,” disse Petrillo em um comunicado na segunda-feira (12). “Só começarei a pensar nos Jogos de Paris quando chegar à França.”

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Diagnosticada com a síndrome de Stargardt aos 14 anos, Petrillo possui uma visão limitada a 1/50 da faixa normal. Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, afirmou à BBC Sport que Petrillo é bem-vinda em Paris, conforme as políticas do atletismo paralímpico mundial, e que deseja ver o mundo esportivo “unido” em suas políticas para atletas transgêneros.

Nos últimos dois anos, várias entidades esportivas, incluindo atletismo, ciclismo e natação, tornaram mais rígidas as regras para a participação de atletas transgêneros em competições femininas de elite. No entanto, o Comitê Paralímpico Internacional permite que as organizações estabeleçam suas próprias políticas, e a World Para Athletics permite que um indivíduo legalmente reconhecido como mulher participe da categoria para a qual sua deficiência o qualifica.

Críticos da inclusão de transgêneros no esporte feminino argumentam que passar pela puberdade masculina proporciona uma vantagem músculo-esquelética significativa que a transição não consegue neutralizar. Por outro lado, grupos de defesa da comunidade LGBT alegam que a exclusão de atletas transgêneros constitui discriminação e que ainda não foram realizadas pesquisas suficientes sobre o impacto da transição no desempenho atlético.

Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 ocorrerão de 28 de agosto a 8 de setembro. É proibida a reprodução deste conteúdo.