A Mostra Latino-Americana de Curtas exibe, até o próximo dia 20, curtas metragens dos países latino-americanos com o objetivo de promover a divulgação da produção cinematográfica contemporânea da região. Os filmes serão exibidos pela plataforma www.culturaemcasa.com.br. A mostra é realizada pelo Memorial da América Latina, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e a Secretaria de Relações Internacionais e conta também com o apoio da Organização Social Amigos da Arte.
Cada noite da mostra será dedicada a um país latino-americano, com a exibição de até no máximo cinco títulos por país. Já estão confirmadas as participações de curtas do Paraguai, Nicarágua, República Dominicana, Argentina, Equador, Uruguai, México, Cuba e Brasil.
A seleção dos curtas latinos contou com a participação dos consulados do Uruguai, da Argentina, de Cuba, do Equador, México, da Nicarágua, do Paraguai e da República Dominicana.
Os filmes brasileiros que integram a mostra são seleções de produções acadêmicas de alunos das universidades Unesp, UFMG, UFF, ESPM Rio, UnB, USP, Senac, Ufscar, UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) e Unicamp. Eles serão exibidos nos fins de semana ou em dias alternados com os demais países participantes.
Entre as produções a serem exibidas, estão os curtas do diretor paraguaio Marcelo Martinessi, que ganhou diversos prêmios entre eles dois ursos de Prata no Festival de Cinema de Berlim e cinco indicações ao Platinum Awards. Entre seus principais trabalhos estão os curtas Karai Norte e La voz perdida, premiado no Festival de Veneza.
Ciclo de Palestras
A mostra promove também um Ciclo de Palestras, sempre às 14h, com temas voltados para a produção audiovisual e a cultura de cada país, sob os cuidados do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL), responsável pela organização do evento.
No primeiro dia do Ciclo de Palestras (1º), uma das diretoras do curta Perifericu, Vita Pereira, falou sobre o processo de criação do filme, dirigido por três transexuais e uma mulher cisgênero.
“Propomos outra perspectiva, que é a coletividade e nisso só temos a ganhar. Escrevemos o roteiro com cinco pessoas, dirigimos o filme com quatro diretores, então foi muito interessante porque cada pessoa cresceu e viveu numa periferia diferente de São Paulo, foi muito massa porque cada um complementou com uma perspectiva”.
O diretor do filme A Morte Branca do Feiticeiro Negro Rodrigo Ribeiro falou sobre o aumento de profissionais transexuais e negros no audiovisual brasileiro. “É um lugar onde a gente acaba escancarando a porta, um lugar que supostamente não deveria ocupar, pelos privilégios que não temos, mas passou da hora e é impressionante a quantidade de diversos diretores, dos mais talentosos. É um lugar que é uma porta arrombada, não nos foi dado, mas de algum modo a gente vai pra frente, luta e briga para contar e ter autonomia das próprias histórias que conta”, disse Ribeiro.
Plataforma Cultura em Casa
Criada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerida pela Organização Social Amigos da Arte, no início da pandemia, a plataforma #CulturaEmCasa já teve mais de 1,2 mil conteúdos, entre espetáculos, palestras, aulas, podcasts, shows e concertos. O projeto ganhou visibilidade e tem sido acessado por pessoas em diversos estados e países.