Quem assiste realities como A Fazenda 2020, sabe que as conversas viram um grande passa tempo entre seus participantes. Jakelyne Oliveira abriu o coração com Lidi Lisboa num bate-papo sobre racismo.
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A ex-miss começou cobrando um tratamento igualitário para as pessoas: “Todo mundo tem sua limitação. Por que tratar com indiferença alguém pelo seu tom de pele, por uma dificuldade de aprendizado ou qualquer coisa? Agora precisamos falar isso mais do que nunca, porque o racismo e o preconceito está disfarçado“.
Lidi concordou com o que ouviu: “Muito, ele sempre foi velado. Agora as pessoas estão começando a acordar, como eu acordei depois de 35 anos“. Jakelyne lamentou pelo preconceito estar disfarçado em tantas ocasiões e mesmo assim afetar tantos: “Desde que acabou a escravidão, quando idealizamos um mundo perfeito que não existiria mais isso, tem muito preconceito disfarçado e a gente não percebia“.
“Eu não tenho nada de diferente. Eu tenho mão, eu sangro… Só o tom da minha pele. Tem que se rever muitas coisas“, concluiu a atriz. A atual fazendeira levantou uma discussão sobre tons de pele: “Isso vai ser reformulado, assim como foi a cor parda, que tem na minha certidão de nascimento. Demorei para entender que parda não é cor. Por muito tempo, isso foi uma questão minha com a minha mãe“.
Sobre o universo do concurso Miss Brasil, Jakelyne deu a entender que se enxergava como negra, mas a mídia deslegitimou isso: “A Raissa Santana, que é minha amiga e Miss Brasil 2016, tem exatamente o mesmo tom de pele que o meu e tem o cabelo black, cacheado. A primeira Miss Brasil negra foi a Deise Nunes, que foi um marco na história. Eu ganhei em 2013, depois disso veio a Raissa e começaram as matérias: ‘segunda Miss Brasil negra da história’. Daí falaram ‘por que a Raissa é negra e a Jake não?’. Falaram que era por causa do meu cabelo liso“.
Por fim, a peoa refletiu sobre a própria etnia, que ainda é uma grande questão para ela: “Eu virei para minha mãe e perguntei o que eu sou. Eu sou a miscigenação: tenho branco, tenho negro, tenho índio, tenho tudo. Minha mãe falou: ‘você é negra’. As pessoas falavam: ‘você não é negra’. Fazendo minha arvore genealógica entendi que nessa mistura virei cafuza, que é a mistura do negro com o índio. Minha cabeça deu um nó, porque sempre me considerei negra“.
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