Acervo fotográfico do Jardim Botânico do Rio será revitalizado

Composto por cerca de 15 mil itens, o acervo histórico fotográfico do Jardim Botânico do Rio de Janeiro será revitalizado. As fotografias que compõem o acervo registram diferentes etapas das práticas científicas no campo da botânica, além de documentar a história da instituição. Os negativos de vidro, produzidos entre 1900 e 1940, são destaques da coleção.

Entre os registros, encontram-se os da visita do cientista Albert Einstein ao Jardim Botânico, em 1925, e fotos do recanto das mangueiras e da aleia das palmeiras copiadas a partir dos negativos de vidro. São documentos que amparam a construção do conhecimento sobre a biodiversidade brasileira.

“O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos institutos mais renomados de pesquisa em flora do Brasil e até no mundo. Foi fundado em 1808 por Dom João, que era príncipe regente à época e, por conta disso, o Jardim Botânico tem grande importância para a história”, afirma o o diretor de Conhecimento, Ambiente e Tecnologia da instituição, Marcos Gaspar.

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Na opinião de Marcos Gaspar, o acervo histórico fotográfico é muito importante. “Além de encantar pela exuberância de seu arboreto, tem um legado mais do que bicentenário, não só na parte turística, mas também na parte de acervo, construções e monumentos”.

Aleia de Bambus, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1922

Aleia de Bambus do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em fotografia de 1922 – Divulgação/Jardim Botânico do Rio de Janeiro

A revitalização será financiada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Serão aplicados R$ 120 mil nos trabalhos de diagnóstico, higienização e acondicionamento para a guarda definitiva do acervo.

“A ideia é transferi-lo para o nosso galpão do acervo, que é um lugar muito mais adequado, que foi finalizado justamente para isso, para termos um pouso, um lugar de concentração dos principais acervos do Jardim Botânico”, informa Gaspar.

O Galpão de Acervo e Memória, a que se refere o diretor, foi inaugurado no final do ano passado e criado para a guarda de documentos e ações de recepção e pesquisa. Com a revitalização e acondicionamento adequado das fotografias, o acesso do público ao acervo será ampliado. Atualmente, imagens digitalizadas estão disponíveis na página do Jardim Botânico na internet.

Ecomuseu

O projeto de revitalização faz parte do Programa Ecomuseu do Jardim Botânico, criado em fevereiro. Ecomuseu é um conceito de museu territorial, que difere do tradicional na medida em que abarca tudo o que está dentro de seu território.

O Ecomuseu do Jardim Botânico reúne sete núcleos: sítios arqueológicos, coleções vivas, conjuntos paisagísticos, monumentos, obras de arte, pesquisa e ensino. São mais de 22.700 plantas nas coleções vivas e cerca de 3.400 espécies cultivadas em seu arboreto, com área de visitação pública de 54 hectares, além dos monumentos e acervos documentais e fotográficos.

Há também um centro de pesquisas que dispõe da mais completa biblioteca de botânica do país, com aproximadamente 110 mil volumes, bem como o maior herbário da América do Sul, abrigando mais de 850 mil amostras de plantas catalogadas.

*Estagiária sob supervisão de Mario Toledo