Além de modelos, golpista preso no Rio enganou e deu prejuízo a nutricionista e agentes de viagem

Preso por estelionato, o suposto investidor Matheus Rodrigues Azin (esquerda) teria aplicado um golpe também no educador físico e nutricionista Gustavo Pasqualotto (direita) Foto: Reprodução

Além enganar modelos em um hotel cinco estrelas em Copacabana, na Zona Sul do Rio, o suposto investidor Matheus Rodrigues Azin, de 28 anos, também deixou no prejuízo um nutricionista e educador físico e agentes de viagem, em São Paulo. De acordo com as vítimas, o rapaz teria contestado despesas do cartão de crédito após a emissão de bilhetes aéreos nacionais e internacionais, bloqueando os pagamentos para as empresas, e ainda parado de responder aos contatos após receber a entrada do valor da venda de um carro. Preso em flagrante pelos crimes de estelionato e corrupção ativa, ele é investigado por pelo menos cinco golpes.

A turismóloga e agente de viagens Carolina Carelli, que também teria sido vítima do suposto investidor Matheus Rodrigues Azin Foto: Reprodução

Segundo uma agente de viagens cuja empresa funciona em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, Matheus lhe foi apresentado, no início de novembro, por uma amiga em comum, que disse se tratar de um homem rico e de confiança. Nas primeiras ligações e trocas de mensagens, ele chegou a solicitar cotações de pacotes de cerca de R$ 170 mil, para assistir jogos da Copa do Mundo, no Catar, com passagens na classe executiva e hospedagens em hotéis de alto luxo.

— Ele passou a orçar diversos bilhetes e solicitar a emissão de alguns, sempre efetuando os pagamentos com cartões de crédito virtuais. Além disso, me pediu que faturasse as despesas com diárias de hotéis de alto padrão, pelo menos três deles em Copacabana. Algumas semanas depois, porém, chegaram as contestações dos débitos e os pagamentos foram bloqueados. Mesmo assim, ele continuou me convencendo de que resolveria o problema e iria arcar com tudo. Em 23 anos de carreira, nunca tinha sido vítima de nenhum golpe e ainda não estou acreditando no que aconteceu. Ele é realmente muito convincente — conta a empresária, que acumula R$ 25 mil de valores em aberto com Matheus.

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— Por meio da indicação de uma amiga de uma ex-namorada dele, fomos apresentados e emiti bilhetes aéreos para ele no valor de R$ 6.450. A partir daí, ele começou a falar em pacotes para destinos muito caros, como uma para Ibiza com duas amigas no total de R$ 150 mil. Como falava, parecia um empresário de grande porte, então foi me levando na lábia até eu perceber estar sendo vítima de um estelionato e passei a ter crises de ansiedade e medo de confiar nas pessoas — completa a turismóloga e agente de viagens Carolina Carelli.

O educador físico e nutricionista Gustavo Pasqualotto, que também teria sido vítima do suposto investidor Matheus Rodrigues Azin Foto: Reprodução

Já o educador físico e nutricionista Gustavo Pasqualotto, diz ter conhecido Matheus em uma academia de ginástica, em um shopping de luxo da capital paulista, em janeiro desse ano. Os dois treinavam no local e o rapaz lhe mostrou uma balança, justificando precisar vendê-la, pois se mudaria com a namorada para os Estados Unidos. Como o valor estava atraente, ele aceitou comprá-la. Em seguida, com o mesmo argumento, o suposto investidor ofereceu também um carro.

— Foi o mesmo veículo, inclusive, onde estava a balança quando eu comprei. Como estava novo e o preço também estava bom, eu me interessei, e daí em diante ele começou a me pressionar por uma entrada, por mensagens e ligações, até que o banco aprovasse o financiamento. Então eu transferi R$ 40 mil para que ele fizesse a entrega à noite, mas ele me enrolou inventando mil desculpas e problemas até que desapareceu, sem devolver o pagamento nem me entregar o carro. Até agora, estou no prejuízo — afirmou, após registrar o crime na Polícia Civil de São Paulo.

Titular da 9ª DP (Catete) e responsável pelo inquérito que levou a prisão de Matheus, o delegado Felipe Santoro conta que, após a divulgação de golpes semelhantes, a delegacia tem sido contactada por supostas vítimas de vários estados:

— Reforçamos a importância da realização do registro de ocorrência, mesmo que de forma online, para podermos investigar os crimes cometidos e responsabilizá-lo. As pessoas não podem se envergonhar de terem caído em golpes, pelo contrário, elas devem se encorajar para evitar que outras sejam enganadas por alguém que se aproveita da confiança alheia com má-fé para conseguir proveitos financeiros.

Fonte: Extra RIO