Três em cada cinco empresas pretendem aumentar o orçamento para tecnologias de cibersegurança até 2026.
O avanço da digitalização e o aumento de ameaças cibernéticas têm feito com que empresas dos mais variados setores busquem especialistas que atuam na área de proteção de dados. A nova realidade tem aberto espaço no mercado de trabalho para profissionais de cibersegurança no Brasil e no mundo.
Conforme levantamento da Associação de Investigadores de Fraudes Certificados (ACFE), três em cada cinco empresas pretendem aumentar o orçamento para a área de tecnologias de cibersegurança até 2026. A estimativa é de que esse mercado possa crescer entre US$ 200 bilhões e US$ 300 bilhões até o fim deste ano.
A escassez de mão de obra qualificada na área tem aumentado a demanda do setor. De acordo com o International Information System Security Certification Consortium (ISC2), houve um déficit de quatro milhões de profissionais no mundo, ao longo do ano passado. A procura por talentos continua alta mesmo com o aumento de 5,5 milhões de pessoas formadas em cibersegurança.
Outro levantamento, realizado pela Information Systems Audit and Control Association (ISACA), mostrou que 62% das equipes de cibersegurança estavam com falta de pessoal no ano passado. O aumento dos ataques cibernéticos tem criado tensão.
A falta de pessoal adequado tem feito com que mais da metade (68%) das empresas enfrentem riscos adicionais de cibersegurança, conforme relatório da Fortinet. Segundo o Gartner, os líderes de segurança vão precisar responder de forma ágil ao cenário.
Para isso, os estudos da consultoria tecnológica indicam ser necessário estipular recursos técnicos, práticas direcionadas ao setor e reformas nas políticas de segurança das organizações. As ações devem ser empenhadas com o intuito de otimizar a segurança das informações e das estruturas corporativas.
Cenário abre oportunidades no mercado
A cibersegurança é uma das principais apostas para a abertura de vagas na área de Tecnologia da Informação (TI), em diferentes setores. De acordo com dados da consultoria Robert Half, as empresas do ramo financeiro estão entre as principais interessadas.
O trabalho na área compreende ações direcionadas à proteção de programas, redes, sistemas, dispositivos móveis e computadores contra ameaças ou ataques digitais. Um teste vocacional grátis pode ajudar os interessados a descobrirem se têm aptidão para seguir a carreira.
Caso a resposta seja positiva, o primeiro passo é buscar o conhecimento na área.
No curso de Cibersegurança, o estudante tem acesso ao aprendizado teórico e, também, à prática sobre como executar protocolos e procedimentos para tornar os domínios corporativos resilientes.
Após a formação, o especialista em cibersegurança é responsável por implementar medidas preventivas para proteger companhias das ameaças cibernéticas, como sistemas de detecção de intrusão, firewalls e antivírus, dentre outras medidas.
Conforme a diretora de Recursos Humanos da empresa ibérica de cibersegurança S21Sec, Ana Baliña Pérez, a lacuna e, consequentemente, as oportunidades nesse setor devem continuar a crescer. Em entrevista à imprensa, ela explicou que será cada vez mais necessário trabalhadores com esse perfil devido ao aumento da digitalização e do teletrabalho.
Média salarial
O guia salarial anual 2024, da Robert Half, estabeleceu médias salariais para alguns cargos do setor de tecnologia com base em dados de São Paulo. De acordo com o levantamento, 58% dos líderes de companhias entrevistados planejam abrir mais vagas na área de TI este ano, inclusive para a segurança.
Entre os postos mais bem pagos estão o de coordenador de Segurança da Informação, o de analista de Segurança Sênior e o de Pentester. Para o primeiro cargo, a remuneração varia de R$ 17.350 a R$ 23.750; para o segundo vai de R$ 11.450 a R$ 19.300; enquanto para o terceiro, os valores oscilam entre R$ 13.400 e R$ 18.400.
Entre os cargos com salários mais baixos, está o de analista de segurança. A remuneração varia de R$ 6.100 a R$ 14.100, conforme o nível – júnior, pleno ou sênior.