Amigo afirma que motorista de Porsche estava alcoolizado antes de acidente fatal em São Paulo: ‘Estava alterado por conta da bebida’

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Marcus Rocha relata à polícia que Fernando Filho, condutor do veículo de luxo, havia ingerido álcool antes da colisão que tirou a vida de um motorista por aplicativo.

Clayton Lima, Nitro News Brasil – 11 de abril de 2024, 20:41

Fernando Sastre de Andrade Filho (foto) é o motorista do Porsche envolvido no acidente que matou um motorista por aplicativo. — Foto: Reprodução/TV Globo

O estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo do condutor do Porsche envolvido em um acidente fatal no final do mês passado na Zona Leste de São Paulo, foi ouvido pela Polícia Civil nesta quinta-feira (11) no Hospital São Luiz Anália Franco, onde está internado após o incidente que vitimou um motorista de aplicativo. Rocha, ocupante do banco do passageiro do veículo de luxo, relatou que Fernando Sastre de Andrade Filho, empresário responsável pela condução, havia consumido bebida alcoólica e aumentado a velocidade antes de colidir com o veículo conduzido por Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.

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O acidente ocorreu em 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, e foi registrado por câmeras de segurança. O 30º Distrito Policial (DP) conduz as investigações para determinar as circunstâncias e eventuais responsabilidades do acidente, que resultou na morte de Viana e em ferimentos graves para Marcus.

O estudante de 22 anos, atualmente internado na UTI, sofreu fraturas em quatro costelas e passou por duas cirurgias. Seu estado de saúde é estável, e a expectativa é que receba alta nos próximos dias para continuar a recuperação em casa. Por outro lado, Fernando Filho, que apresentou um corte na boca após o acidente, não precisou de internação hospitalar.

Fernando, de 24 anos, foi indiciado por homicídio por dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente. Embora tenha negado ter ingerido álcool ou fugido do local, admitiu que dirigia acima do limite de velocidade da via, estabelecido em 50 km/h. Testemunhas relataram ao 30º DP que Fernando aparentava sinais de embriaguez e que havia garrafas dentro do Porsche.

O depoimento de Marcus corroborou as suspeitas de consumo de álcool por parte de Fernando. O estudante afirmou que o grupo havia consumido bebidas alcoólicas em um restaurante antes do acidente e que, devido ao estado alterado do condutor, ofereceu-se para acompanhá-lo como passageiro, na tentativa de evitar incidentes.

A polícia aguarda a análise das imagens das câmeras de segurança para determinar a velocidade do Porsche antes da colisão. Até o momento, nenhum vídeo que comprove o consumo de álcool por parte de Fernando nos estabelecimentos foi encontrado.

A Justiça negou dois pedidos de prisão contra Fernando, que responde aos crimes em liberdade, mas teve medidas restritivas aplicadas, como a entrega do passaporte à Polícia Federal e o pagamento de fiança de R$ 500 mil, além da suspensão provisória da carteira de motorista.

A Corregedoria da Polícia Militar investiga possíveis falhas no atendimento da ocorrência, incluindo a ausência do teste do bafômetro em Fernando. A mãe do empresário alega ter sido ameaçada nas redes sociais após o acidente, o que a impediu de levar o filho ao hospital após o ocorrido.

O desfecho deste trágico episódio aguarda o desdobramento das investigações e a análise das evidências pela justiça. Enquanto isso, familiares e amigos das vítimas enfrentam o luto e as consequências de uma noite que terminou em tragédia.