Apaixonados por esportes, Duda e Rogério viraram um casal há dois anos

Em vários lugares do mundo, como nos países europeus e nos Estados Unidos, o Dia dos Namorados já passou. Foi em 14 de fevereiro (Dia de São Valentim), mas no Brasil, a data de comemoração é hoje, 12 de junho. O esporte no Brasil  já uniu muitos casais, entre eles, Edwarda Dias, do Vôlei sentado, e Rogério Júnior, do parabadminton.  Em entrevista à Agência Brasil, os dois relembraram como o esporte os aproximou.  

Edwarda Dias e Rogério Júnior começaram a namorar há pouco mais de dois anos. A Duda, craque do vôlei sentado, lembra das primeiras trocas de olhares no Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo. “Logo quando vi aquele garotinho lindo sorridente, já tinha me apaixonado, jogando com uma garra e habilidade invejável, me chamou atenção. Foi amor à primeira vista! Não tem jeito, Papai do Céu foi muito bom com a gente”, revela a jogadora que esteve na campanha do bronze brasileiro nos Jogos Olímpicos Rio 2016. 

Rogério, do parabadminton, lembrou de mais alguns detalhes do início do namoro. “A primeira conversa foi por mensagens já lá no CT. Falei que eu queria conhecê-la. O primeiro contato que tivemos foi através de uma brincadeira. Deixei um recado para ela embaixo do prato onde ela ia comer no refeitório do CT. Coloquei o meu número e ela me ligou”. 

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Casal se conheceu há dois anos no Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo e não se separou mais –  Arquivo pessoal

 

Segundo o atleta, a “vibe” dos dois bateu. “Eu morando em Presidente Prudente e ela morando em Suzano. Sempre conversávamos. Até que ela veio a primeira vez na minha casa. Foi surreal. Eu a pedi em namoro aqui em Presidente Prudente e ela aceitou. Até me emociono ao falar”, contou o atleta do Sesi, que começou no paradesporto após ter a perna direita fraturada, após uma queda aos oito anos de idade.

A namorada Duda lembra exatamente o que pensou no  primeiro encontro. “Sabia que ele era especial! Com seu jeitinho todo carinhoso e amoroso ele foi me ganhando. O Rogério pediu para o seu parceiro de dupla, hoje nosso melhor amigo e futuro padrinho, o Edu, para ir até meu quarto me entregar um coraçãozinho de papel que ele mesmo tinha feito, com seu nome e número de celular. Foi lindo! Até então não sabia nem dá existência do parabadminton, através dele que conheci a modalidade”, lembra Duda, que possui uma deficiência congênita na perna direita e começou a praticar o vôlei sentado em 2012.

O mês de junho é muito especial para o jovem casal. Além do Dia dos Namorados, no dia 1º eles comemoram o aniversário de namoro. “No início do mês, comemoramos mais um passo do nosso relacionamento, o nosso sonho. Estamos começando a construir o nosso cantinho e o projeto da casa foi aprovado. Ficamos muito felizes. Mas, é claro que hoje vai ter um jantar bem especial”, garantiu Rogério.

Treinos e competições

Como não poderia ser diferente, a Edwarda, que antes de começar o namoro com o Rogério, nem conhecia o parabadminton, hoje se divide entre as duas modalidades: vôlei sentado e  parabadminton. “Particularmente eu amo fazer tudo com ele, quando estamos juntos as coisas ficam mais agradáveis. A gente treina junto aqui no Sesi. Estou começando na modalidade. Ainda tenho muito que aprender. No futuro temos tudo pra ganhar o mundo”. 

Duda começou a praticar parabdminton com Rogério, e gostou tanto que já planeja disputar a modalidade na Olimpíada de Paris (2024) – Arquivo pessoal

 

Rogério é o primeiro a incentivar Duda. “Procuro passar muitas dicas. Confio demais no potencial dela. A gente dá muito certo, até dentro das quadras. Posso dizer que eu sou o fogo e ela, a água. A gente se equilibra”, garante Rogério. No parabadminton, os dois são da categoria SL-4 (comprometimento nos membros inferiores). Assim, o casal já formou dupla em várias competições. Realidade que, segundo a Duda, vai mudar em um futuro bem próximo. “Somente em dupla por enquanto, mas futuramente ele sabe que eu vou dar muita dor de cabeça pra ele”.

Paris 2024

O foco da Edwarda para Tóquio 2021 é o vôlei sentado. Mas para 2024, a ideia já é diferente. “Quero trazer a segunda medalha para a modalidade em Paralimpíada no ano que vem. Já, no próximo ciclo, migrarei para o parabadminton. Tem muita coisa pela frente até os jogos de Paris. Mas quero estar lá com o Rogério. Vamos dominar o mundo”, sonha a atleta. 

Já para o Rogério, não existe mais a possibilidade de classificação para os Jogos de Tóquio (Japão). “Na época [das classificatórias para Tóquio], o foco era fazer um trabalho justamente nas duplas mistas. Tinha que ser uma mulher do Brasil, e eu não tinha uma parceria. Só que para 2024 vai ser diferente. Vamos fazer todo o possível para estar lá”, completou Rogério, que é o número um do parabadminton brasileiro na categoria SL-4.