Neste domingo (25), a Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco de um ato que reuniu apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em defesa do ex-presidente, atualmente investigado pela Polícia Federal por uma suposta tentativa de golpe de Estado. O movimento tinha como objetivo evitar a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro chegou à Avenida Paulista de carro, acompanhado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Entre os presentes estavam a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, os governadores de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil), de Santa Catarina Jorginho Mello (PL) e o pastor Silas Malafaia.
Por volta das 16h, o ato ocupava seis quarteirões, contando com a presença de 2 mil homens da Polícia Militar para garantir a segurança. O ex-presidente Bolsonaro estava programado para discursar próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, envolvido na investigação sobre a tentativa de golpe, discursou anteriormente, agradecendo aos eleitores de Bolsonaro e destacando o crescimento do partido. Devido às restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro e Valdemar não podem manter contato.
Em seu discurso, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro abordou temas de motivação religiosa. O governador Tarcísio de Freitas, eleito com o apoio de Bolsonaro, expressou gratidão chamando o ex-presidente de amigo, ressaltando a saudade do público de vestir as cores verde e amarelo.
Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030 conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enfrenta duas condenações. A primeira por ataques ao sistema eleitoral sem provas, e a segunda por abuso de poder político e econômico durante as celebrações dos 200 anos da independência.
Manifestação pacífica com camisetas amarelas e temas variados
Os apoiadores de Bolsonaro marcaram presença desde as primeiras horas da manhã, ostentando bandeiras do Brasil, camisetas amarelas e até mesmo bandeiras de Israel. A semana anterior foi marcada por atritos entre o governo de Benjamin Netanyahu e Lula, resultando na declaração de “persona non grata” ao ex-presidente por Israel.
Alguns manifestantes levaram cartazes contrários ao comunismo, enfatizando lemas em defesa da pátria e da família.
Lista de presentes e contexto da investigação da PF
Diversas personalidades estavam presentes, incluindo Jair Bolsonaro, Michelle, Silas Malafaia, os governadores Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Jorginho Mello, além de parlamentares aliados e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
A investigação da PF, denominada Tempus Veritatis, revelou que Bolsonaro foi um dos alvos de um plano para tentar um golpe de Estado e impedir a eleição de Lula. As ações planejadas incluíam desacreditar o sistema eleitoral, realizar atos antidemocráticos, monitorar opositores, elaborar documentos para fundamentar iniciativas golpistas e incitar militares.
Os advogados de Bolsonaro negam as acusações, afirmando que o ex-presidente nunca considerou a ideia de golpe. Bolsonaro está proibido de manter contato com outros investigados, incluindo Valdemar Costa Neto, ex-ministros e militares.
As investigações também revelaram detalhes de uma minuta do golpe, discutida em uma reunião ministerial realizada em julho de 2022. Bolsonaro teria recebido e pedido ajustes no documento, que previa a anulação da eleição e a prisão de autoridades, incluindo Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
A organização desse suposto golpe atuava em vários núcleos, incluindo ataques virtuais, desinformação sobre o sistema eleitoral, tentativa de golpe, ataques às vacinas contra a Covid-19 e uso da estrutura do Estado para obter vantagens.
Em meio a essas revelações, apoiadores de Bolsonaro expressaram seu apoio em um ato que, apesar da tensão política, transcorreu de forma pacífica na Avenida Paulista em São Paulo.