A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro está enfrentando uma crise sem precedentes após a confirmação de contaminações de HIV em pacientes transplantados. Em entrevista ao CBN Rio, a secretária Cláudia Mello classificou o incidente como “impactante” e sem precedentes, ressaltando a gravidade do caso. Para enfrentar o problema, a Secretaria anunciou a realização de novos testes de HIV em 286 doadores, em uma tentativa de identificar a origem da contaminação e garantir a segurança dos futuros procedimentos.
Empresa envolvida no caso foi contratada emergencialmente
Os exames que levaram à contaminação dos pacientes foram realizados pela PCS Laboratórios, uma empresa de Nova Iguaçu, contratada de forma emergencial pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes do estado. A Secretaria de Saúde informou que todos os exames realizados pela empresa estão sendo revistos. O contrato com a PCS Laboratórios foi suspenso imediatamente após a descoberta dos casos, e o laboratório foi interditado cautelarmente.
A situação gerou grande repercussão e preocupação na área da saúde, visto que os transplantes são procedimentos delicados e qualquer falha no controle de infecções pode ser fatal. O rastreamento dos doadores afetados envolve a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas desde dezembro de 2023, quando a empresa começou a prestar serviços para o estado.
Comissão multidisciplinar criada para acompanhamento dos casos
A Secretaria de Saúde também informou que uma comissão multidisciplinar foi criada para acompanhar os pacientes afetados e prestar o devido acolhimento médico e psicológico. A sindicância para apurar as responsabilidades está em andamento, e punições serão aplicadas aos responsáveis assim que os resultados forem concluídos. Cláudia Mello reforçou que a prioridade no momento é garantir a saúde dos transplantados e evitar que novos casos ocorram.
Hemorio assume responsabilidade pelos testes de transplante
Para restabelecer a confiança no programa de transplantes do estado, o Hemorio, órgão estadual de referência em hemoterapia, assumiu a responsabilidade pelos testes de HIV e demais exames necessários para os transplantes. Segundo Cláudia Mello, o objetivo é garantir que os procedimentos sejam realizados com total segurança daqui em diante.
Este caso trouxe à tona discussões sobre a segurança e a fiscalização em processos médicos tão delicados como os transplantes. A falha no controle de qualidade dos exames realizados pelo laboratório envolvido levantou questionamentos sobre o monitoramento de empresas terceirizadas que prestam serviços de saúde pública no Brasil.
Conclusão
A Secretaria Estadual de Saúde do RJ está tomando todas as providências para controlar a situação, incluindo a revisão dos exames e a investigação detalhada dos fatos. A prioridade agora é garantir a segurança dos pacientes e trazer à tona as devidas responsabilidades para evitar novos episódios. A comissão formada pela Secretaria visa prestar todo o apoio necessário às vítimas enquanto o Hemorio assume o controle dos testes, trazendo mais segurança ao programa de transplantes.