Após vazamento de áudios, Mauro Cid volta a ser preso por ordem de Alexandre de Moraes

Ordem de prisão preventiva do militar foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por descumprimento de medidas cautelares e obstrução à Justiça

Clayton Lima, Nitro News Brasil. 22 de março de 2024, 16:04

Na tarde desta sexta-feira (22), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, foi preso novamente, conforme confirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação veio em resposta à ordem de prisão preventiva emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no STF de inquérito que investiga os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, os quais culminaram na invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília. Moraes também é responsável pelos inquéritos das milícias digitais e das fake news.

O novo episódio de prisão surge em meio ao vazamento de áudios nos quais Mauro Cid alega ter sido coagido pela Polícia Federal (PF) durante depoimentos relacionados às investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As gravações, divulgadas pela revista Veja, também revelam críticas de Cid a Moraes, sugerindo que o magistrado já teria uma “sentença pronta”.

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O STF esclareceu que a prisão preventiva foi decretada devido ao descumprimento de medidas cautelares e à obstrução à Justiça por parte de Mauro Cid. Após uma audiência para confirmar os termos de um acordo de colaboração premiada, o mandado foi cumprido, e Cid foi encaminhado ao Instituto Médico Legal pela Polícia Federal.

Antes de ser preso, o militar foi interrogado por cerca de trinta minutos por um juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no STF. Agentes da PF também cumpriram mandados de busca e apreensão em sua residência.

Os áudios obtidos pela revista Veja revelam uma série de críticas de Mauro Cid ao ministro Alexandre de Moraes e à atuação da Polícia Federal no caso. Em uma das gravações, o militar relata pressões dos investigadores para que ele confirmasse versões que, segundo ele, não correspondiam à verdade.

Mauro Cid acusa diretamente Alexandre de Moraes de manipulação, afirmando que o ministro “é a lei” e pode “prender e soltar quando quiser”. Ele também sugere que Moraes já teria decidido os rumos do processo, esperando apenas o momento oportuno para agir.

Além disso, Cid argumenta que foi o mais prejudicado pelas investigações, sofrendo consequências financeiras e danos pessoais. Ele destaca que sua família também foi afetada, enquanto outros envolvidos no caso teriam alcançado sucesso financeiro e profissional.

O vazamento dos áudios pode ter sérias implicações para a delação premiada de Mauro Cid, com o caso sendo levado ao STF para análise e possíveis medidas a serem tomadas.