Ministério da Defesa da Rússia culpou a Ucrânia, que ainda não se pronunciou
No último domingo, 30 de julho, a Rússia viu-se alvo de mais uma onda de ataques com drones, desta vez em Moscou, capital do país. O Ministério da Defesa da Rússia acusou as forças ucranianas de dispararem pelo menos três drones contra a cidade, em um incidente que reforça que poucos lugares estão fora dos limites após 17 meses de guerra.
O ataque foi contido em parte pelas defesas aéreas russas, mas ainda assim dois drones atingiram edifícios comerciais na capital. Não houve relatos de feridos, porém, o prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, relatou que o ataque forçou o fechamento temporário de um aeroporto internacional.
???? Moscow under attack: A drone can be heard flying into a building resulting in a massive explosion this morning.
‘Moscow City’ is a very high-end business district just 2.8 miles from the Kremlin. (4.5km) Multiple drone strikes reported. pic.twitter.com/hPduDET75M— Igor Sushko (@igorsushko) July 30, 2023
Ainda de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, o ataque foi classificado como uma “tentativa de ataque terrorista”. As ações das forças russas resultaram na destruição de um dos drones no ar, enquanto os outros dois foram suprimidos por sistemas eletrônicos, perdendo o controle e caindo em um complexo de edifícios não residenciais na cidade.
O governo da Ucrânia, alvo das acusações, preferiu manter o sigilo e não fez comentários públicos sobre os ataques dentro do território russo. Além dos drones, a Ucrânia também foi acusada de realizar ataques aéreos contra bases militares russas e instalações de petróleo.
O incidente provocou o fechamento temporário do Aeroporto Internacional de Vnukovo, em Moscou, com voos sendo redirecionados para outras cidades. A situação, no entanto, foi normalizada após uma hora.
No início de julho, uma série de ataques de drones já havia interrompido brevemente as operações de tráfego aéreo no mesmo aeroporto, o que aumentou as preocupações sobre a segurança da região.
As autoridades russas afirmaram que os ataques não teriam sido possíveis sem a assistência fornecida ao regime de Kiev pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan, acrescentando tensões à já complexa relação entre os países.
A população de Moscou, localizada a cerca de 800 quilômetros da Ucrânia, tinha a suposição de que os combates não alcançariam a cidade, porém, os recentes ataques de drones abalaram essa percepção. Críticas à administração da guerra pelo presidente russo Vladimir Putin têm surgido, considerando o alto preço econômico e as vidas perdidas durante o conflito.
No entanto, os ataques em Moscou ainda são menos intensos e frequentes se comparados aos ataques noturnos realizados pelas forças russas na Ucrânia, que frequentemente atingem alvos civis.
Em julho, ocorreram pelo menos três ataques de drones em Moscou, alguns direcionados a instalações militares de importância central para o esforço de guerra russo. As ações não resultaram em vítimas, e a Ucrânia continua sem comentar sobre eles.
Diante da promessa de “retaliação” feita pelo presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, após semanas de bombardeios russos em Odesa, uma cidade estratégica no Mar Negro, a situação tem potencial para se agravar ainda mais.
Nesse contexto, ambos os lados têm se comprometido a intensificar os ataques ao corredor marítimo. Além disso, a Ucrânia parece ter estendido sua campanha, reivindicando responsabilidade por uma série de ataques ousados e potencialmente disparando mísseis contra a Rússia, algo inédito desde o início do conflito.
Esses eventos ocorrem enquanto a Ucrânia intensifica seus esforços no sul do país como parte de sua contraofensiva, contando com soldados recém-treinados e novas armas fornecidas pelos EUA e pela Europa. O objetivo é ultrapassar as defesas dos soldados russos, que tiveram meses para construir fortificações sólidas.
A campanha de ataques, ainda em andamento, tem se concentrado também na Crimeia, onde drones e mísseis são utilizados para destruir armas, munições e suprimentos de combustível, enfraquecendo a capacidade de guerra da Rússia. A península da Crimeia, anexada ilegalmente em 2014, é crucial para os esforços militares russos.
Essa escalada de hostilidades entre a Rússia e a Ucrânia aumenta as preocupações sobre a estabilidade regional e a possibilidade de uma guerra mais intensa e prolongada. A comunidade internacional acompanha de perto os acontecimentos, buscando formas de mediar um cessar-fogo e evitar o agravamento do conflito. (Com informações de NYT e AFP)