Ataques a ônibus deixam Rio em ‘atenção’, com trânsito 2 vezes pior, e até a Av. Brasil é fechada; veja alternativas

Morte de um chefe da milícia provocou um caos na Zona Oeste.

O Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (23), entrou em estágio de atenção, marcando o terceiro nível de alerta em uma escala de cinco, após uma série de ataques contra ônibus na região da Zona Oeste da cidade. A escalada de violência foi desencadeada pela morte de um dos chefes da milícia local, desencadeando um tumulto generalizado.

Esse estágio de atenção significa que uma ou mais ocorrências já impactam o município, afetando a rotina de parte da população. Em resposta, a prefeitura orientou os cidadãos a evitar deslocar-se pelas áreas mais afetadas, manter-se vigilantes às informações veiculadas pela imprensa e nas redes sociais do Centro de Operações, e, se necessário, acionar os telefones de emergência 193 (Bombeiros) e 199 (Defesa Civil).

Caos na Zona Oeste

Na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o cenário se agravou rapidamente, com dezenas de coletivos e até carros de passeio sendo incendiados para obstruir vias de circulação. Um fato particularmente impactante foi a interdição da Avenida Brasil, a via mais vital da cidade, onde criminosos chegaram a atravessar um ônibus para impedir o tráfego.

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A desencadeante desse caos foi a morte de um chefe da milícia, o que gerou revolta e atos de violência em série. Dezenas de ônibus foram incendiados, além de outros veículos e pneus em várias localidades, resultando no fechamento de diversas vias.

Às 16h30, a cidade já enfrentava um congestionamento de 58 quilômetros, o dobro da média registrada nas três segundas-feiras anteriores. A situação afetou diversas vias importantes, de acordo com informações do Centro de Operações, incluindo:

  • Avenida Cesário de Melo
  • Avenida Santa Cruz
  • Estrada Rio São Paulo
  • Avenida Dom João VI
  • Estrada do Rio do A
  • Avenida das Américas

A situação ficou ainda mais crítica com a suspensão temporária da circulação de todas as linhas do BRT no corredor Transoeste, impondo desafios adicionais para os passageiros.

Avenida Brasil fechada — Foto: Reprodução/TV Globo

Opções para passageiros

Diante da interrupção do BRT, os passageiros que necessitavam chegar a locais como Santa Cruz ou Campo Grande precisaram encontrar alternativas. Uma solução foi utilizar as linhas dos corredores Transolímpica e Transcarioca e, posteriormente, integrar-se aos ramais da Supervia nos Terminais Deodoro e Paulo da Portela, em Madureira.

Entretanto, no Terminal Alvorada, no final da tarde, os passageiros já enfrentavam dificuldades para retornar a suas casas, visto que o BRT interrompeu seu funcionamento no corredor Transoeste.

Às 17h33, o Centro de Operações identificou múltiplas ocorrências que prejudicavam o trânsito em várias localidades, incluindo:

  • Cosmos: Ônibus em chamas interditaram a Rua Guarujá, próximo ao Viaduto de Cosmos.
  • Santa Cruz: Um ônibus pegou fogo na Rua Felipe Cardoso, nas proximidades do BRT Cajueiros.
  • Guaratiba: Ônibus incendiados na Estrada da Matriz, próximo ao Quartel dos Bombeiros, e na Estrada do Mato Alto, próximo da Estrada da Cachamorra, sentido Barra da Tijuca.
  • Paciência: Ônibus em chamas na Avenida Cesário de Melo, próximo à Rua Carvalhal.
  • Avenida Brasil: Caminhões em chamas na altura da Estrada do Campinho, sentido Itaguaí, e na altura da Estrada de Manguariba.
  • Campo Grande: Caminhão em chamas na Estrada das Agulhas Negras, próximo à Rua Jornalista Gastão de Carvalho, e ônibus em chamas na Avenida Brasil, na altura da Rua Agaí.
  • Avenida das Américas: Ônibus incendiados na altura do BRT Gilka Machado, sentido Barra da Tijuca.

Esses ataques foram realizados em retaliação à morte do sobrinho do chefe da milícia Zinho, na comunidade Três Pontes. Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, ocupava a posição de número 2 na hierarquia da milícia liderada por seu tio e foi morto durante um confronto com a Polícia Civil.