Ataques a tiros na Filadélfia, em Baltimore e em Fort Worth, no Texas, mataram dez pessoas e feriram quase 40 durante as festividades do feriado de 4 de julho, disseram autoridades. O incidente mostra o fracasso de décadas em conter a violência armada nos Estados Unidos (EUA).
Em Fort Worth, três pessoas foram mortas e oito ficaram feridas em um atentado, após festival local para marcar o feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, informou a polícia nessa terça-feira (4).
Notícias relacionadas:
- EUA: duas pessoas morrem e 28 ficam feridas em tiroteio em Baltimore.
- Estados Unidos querem mais controle na venda de armas.
Em outro atentado na Filadélfia, na noite de segunda-feira, cinco pessoas foram mortas e duas ficaram feridas, incluindo um menino de 2 anos e um de 13, ambos baleados nas pernas, quando um suspeito armado com um AR-15 abriu fogo contra desconhecidos.
O tiroteio na noite de segunda-feira ocorreu um dia depois de duas pessoas serem mortas a tiros e 28 ficarem feridas, cerca de metade crianças, durante saraivada de tiros em festa ao ar livre, em um bairro de Baltimore.
Os motivos dos três incidentes ainda são desconhecidos.
O presidente norte-americano, Joe Biden, condenou a violência e renovou seus apelos pelo endurecimento das permissivas leis de armas dos Estados Unidos.
“Nossa nação, mais uma vez, suportou onda de atentados trágicos e sem sentido”, disse o presidente em comunicado divulgado nessa terça-feira. Ele pediu aos parlamentares republicanos “que venham à mesa para tratar de reformas significativas e de bom senso”.
Citando proteções constitucionais para a posse de armas, os republicanos no Congresso geralmente impediram as tentativas de reformar significativamente as leis de segurança de armas.Eles se opõem à pressão de Biden para restabelecer a proibição dessas armas.
Autoridades da Filadélfia pediram ações aos legisladores estaduais e federais.
“Estamos implorando ao Congresso para proteger vidas e fazer algo sobre o problema das armas nos EUA”, disse o prefeito da Filadélfia, Jim Kenney, em entrevista.
O promotor distrital da cidade, Larry Krasner, pediu aos parlamentares estaduais da Pensilvânia uma “legislação razoável” do tipo encontrado nos estados vizinhos de Nova Jersey e Delaware.
“Parte dessa legislação poderia ter feito diferença aqui”, disse Krasner na mesma entrevista.
A polícia da Filadélfia disse que o suspeito é um homem de 40 anos que portava um fuzil semiautomático AR-15 e uma pistola 9mm, que usava colete à prova de balas e uma máscara de esqui.
Os mortos tinham entre 15 e 59 anos.
A polícia de Fort Worth disse que nenhuma prisão foi feita no ataque.
“Não sabemos se isso está relacionado à vida doméstica ou a gangues. É muito cedo para dizer neste momento”, disse Shawn Murray, alto oficial da polícia.
Enquanto isso, em Baltimore, a polícia informou que está procurando vários suspeitos.
Os Estados Unidos têm enfrentado grande número de atentados a tiros e incidentes de violência armada. Só em 2023, houve mais de 340 ataques em massa no país, segundo dados coletados pelo Gun Violence Archive, que define um atentado a tiros como incidente em que pelo menos quatro pessoas são baleadas, excluindo o atirador.
(Reportagem adicional de Gabriella Borter e Daniel Trotta)
*É proibida a reprodução deste conteúdo.