Ataques no RN são motivados por reivindicações de presos como televisão e visita íntima, diz estado

O Rio Grande do Norte vem enfrentando uma onda de violência que já atingiu 24 cidades do estado. Os ataques foram motivados por exigências como aparelhos de televisão e visitas íntimas para os presos do sistema penitenciário estadual. A afirmação foi feita pelo secretário de Segurança Pública, Francisco Araújo, na manhã desta quarta-feira (15). As ações têm como alvos prédios públicos, comércios e veículos. Até o momento, duas pessoas morreram e duas ficaram feridas em confronto com a polícia.

4 ônibus de turismo foram incendiados durante a madrugada desta quarta (15) em Natal — Foto: Vinicius Marinho/Inter TV Cabugi

Segundo o governo estadual, as ordens para os ataques teriam partido de dentro da Penitenciária de Alcaçuz, a maior unidade prisional do estado, localizada em Nísia Floresta, na Grande Natal. A facção criminosa seria a responsável por organizar as ações.

O preso apontado como líder da facção criminosa foi transferido da penitenciária de Alcaçuz para um presídio federal nesta terça-feira (14). Outros presos deverão ser transferidos ao longo desta quarta (15). Ainda de acordo com a secretaria, há investigações em andamento de possíveis pessoas que estavam presas com esse líder da organização criminosa que foi transferido para o presídio federal e que teriam ordenado esses ataques.

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As exigências dos presos por televisão, sistema de iluminação e visita íntima, segundo o secretário, não estão sendo atendidas pelo sistema prisional porque está cumprindo a lei de execução penal. A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que tanto o presídio de Alcaçuz como outras unidades prisionais do estado não possuem aparelhos de televisão, energia elétrica ou visitas íntimas.

As mudanças ocorreram após um motim seguido de um massacre, em uma guerra entre facções rivais, que vitimou 27 presos. Desde 2017, as celas são iluminadas por refletores que ficam nos corredores do presídio para evitar que os presos usem a fiação elétrica para carregar possíveis aparelhos celulares que entrarem no presídio.

A segunda noite de ataques começou na madrugada desta quarta-feira (15), quando uma facção criminosa queimou prédios públicos, comércios e veículos em pelo menos outras cinco cidades além da capital, Natal. A ação é organizada por uma facção criminosa que tem provocado uma onda de violência no estado. A Força Nacional chegou ao estado com 100 homens para reforçar a segurança.

Desde o início dos ataques, 28 pessoas foram presas pela Polícia Militar. Uma pessoa morreu em um confronto com a polícia e duas pessoas ficaram feridas durante os ataques.

Os impactos da onda de violência estão afetando serviços públicos em todo o estado. Em Natal, o transporte público está funcionando, mas com a frota reduzida. Os ônibus também começaram a circular mais tarde, a partir das 6h30. A prefeitura suspendeu o atendimento em unidades de saúde localizadas em áreas de risco, afetando a população mais carente. Além disso, a educação também foi afetada, com diversas escolas fechando as portas por falta de segurança. A população está assustada e muitos estão evitando sair de casa, o que afeta diretamente o comércio e a economia da região. As autoridades locais estão trabalhando para restabelecer a segurança e normalizar os serviços públicos afetados.

Além dos impactos nos serviços públicos, os ataques também afetaram o comércio. Muitas lojas fecharam as portas durante a onda de violência, com medo de saques e prejuízos. Em algumas cidades, como Ceará-Mirim, os moradores foram orientados a não saírem de casa durante a noite.

O governador do estado, Fátima Bezerra, convocou uma reunião de emergência com representantes das forças de segurança e outros órgãos públicos para discutir a situação. Em pronunciamento, ela afirmou que os ataques são uma tentativa de intimidar o estado e que não serão tolerados.

“Não vamos nos intimidar. Vamos manter a ordem, a legalidade e a segurança pública, protegendo o cidadão de bem. Vamos agir de forma rigorosa, com todo o rigor da lei, para identificar e prender os responsáveis”, disse a governadora.

Ainda não há informações precisas sobre quantos criminosos estão envolvidos nos ataques e qual a extensão das ações. O secretário de Segurança Pública afirmou que as investigações estão em andamento e que a polícia está trabalhando para identificar e prender os responsáveis.

Enquanto isso, a população do Rio Grande do Norte vive momentos de tensão e incerteza. Muitas pessoas estão com medo de sair de casa e estão pedindo mais segurança por parte das autoridades.

A situação também está gerando preocupação em outros estados, que temem que os ataques possam se espalhar. A Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco divulgou uma nota afirmando que está monitorando a situação e que está pronta para agir caso seja necessário.

Enquanto as autoridades trabalham para conter a onda de violência, a população espera que a situação seja resolvida o mais rápido possível, para que possam voltar a viver em paz e segurança.