Atlético-MG vence o América de Cali em noite violenta na Colômbia, com bombas e gás de pimenta

O duelo em campo foi favorável ao time mineiro, que superou as adversidades dos confrontos entre policiais e manifestantes, que vem agitando o país vizinho

a vaga antecipada para a fase de oitavas de final da Libertadores-(FOTO: Ricardo MALDONADO / AFP / POOL)

O Atlético-MG venceu o América de Cali por 3 a 1, gols de Hulk, Vargas e Arana, com Moreno descontando para os colombianos. Com o resultado da partida, o time mineiro chegou aos 10 pontos, mantendo a liderança do Grupo H da Libertadores e se classificando às oitavas de final de forma antecipada, pois o La Guaira não pode mais alcançar o Galo depois de perder em casa para o Cerro Porteño, por 1 a 0. O América está eliminado tentará vaga na Sul-Americana.

Mas, o que seria uma noite especial, de bom futebol, se transformou em uma epopeia atleticana, que teve de lidar, ao lado do América, com gás de pimenta, rojões, que eram jogados nas imediações do estádio Romelio Martinez, local do jogo, em Barranquilla, em confrontos da polícia contra manifestantes contra o governo da Colômbia.

Em diversos momentos, o jogo foi interrompido, pois os efeitos do gás de pimenta eram sentidos em campo, com jogadores e todos envolvidos na partida tendo olhos e nariz irritados, além de boca seca. Os efeitos eram amenizados com água e toalhas nos rostos.

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E, ao invés de haver a suspensão da partida, o árbitro uruguaio Andres Cunha insistiu na manutenção do jogo, que não foi ruim, quando a bola rolou, mas perdeu e muito sua qualidade devido aos acontecimentos externos, que afetam o povo colombiano há mais de duas semanas.

Tensão do lado de fora, tensão no estádio

Os protestos intensos da população colombiana, que contesta as ações do governo, geraram novos confrontos entre populares e a polícia, com muitos rojões sendo soltos próximos ao estádio, em Barranquilla. Dentro do estádio, podia-se ouvir os foguetes e bombas, criando tensão durante a partida, com nuvens de gás de pimenta sendo sentidas pelos jogadores em campo. Veja o vídeo abaixo.

De Nacho para Hulk, gol do Galo

O atacante alvinegro tem evoluído a cada jogo e deixou sua marca mais uma vez, abrindo o placar na Colômbia. Nacho Fernández, em todas as partes do campo, deu mais uma assistência para o companheiro marcar.

Defesa desatenta, “buraco” aproveitado pelo América

O lado esquerdo do Galo, com Guilherme Arana, ficou vazio, sem cobertura, dando espaço suficiente para o Cali ficar em ótimas condições no contra-ataque e marcar o gol de empate com Moreno.

Gás de pimenta no campo, rojões. Jogadores paralisam o jogo

As condições de jogo eram questionáveis antes do duelo entre Galo e América de Cali. E, ficou ainda mais claro que não havia ambiente para uma partida de futebol com segurança. Os jogadores dos dois times pararam o jogo aos 40 minutos do primeiro tempo e foram para os vestiários.

Responsabilidade zero da Conmebol

Sem a menor condição de seguir com a partida, o delegado do jogo diz que a partida vai continuar e os jogadores têm de voltar a campo ainda no primeiro tempo.

Indiferença da Conmebol . Jogo prossegue

Sem nenhum bom sendo, a Conmebol não suspendeu o jogo e os jogadores das duas equipes tiveram de lidar com mais bombas e gás de pimenta sendo jogados no ar pela polícia contra a população que protestava no entorno do local da partida.

Gol bonito, em uma noite feia

Após assistência de Savarino, a quarta na temporada, Arana recebe pelo lado esquerdo e dá um belo chute, vencendo o Graterol. Placar que classifica o Galo, que marcou um belo gol em uma noite vergonhosa para o futebol.

E dá-lhe jogo parado pelos efeitos do gás

O árbitro Andres Cunha parecia viver em outra dimensão, ao não notar que a partida não deveria seguir. Ele paralisava a partida a cada nova invasão de gás de pimenta dentro do campo. Os jogadores tinham de “ se virar” para a partida não ser suspensa de vez.

Um golaço de Vargas que dá um alento para o jogo

Uma linda jogada de Tardelli, que passou para Vargas, na frente do goleiro, deu um belo toque por cima e fechou a conta diante do América de Cali.

Vitória e vaga na raça e contra a falta de sensibilidade da Conmebol

Que a competência da entidade que gerencia o futebol na América do Sul é questionável, é uma verdade consolidada. Mas, colocar jogadores, comissões técnicas em perigo de saúde para não parar o show, mostra que os dirigentes da entidade desconhecem o que o esporte significa de fato, indo muito além das cifras econômicas. Uma vergonha o que aconteceu em Barranquilla. O time brasileiro superou isso e conseguiu sua vaga antecipada para as oitavas de final da Libertadores.

Próximos jogos

O Galo volta a campo pela Libertadores no dia 19 de maio, quarta-feira, contra o Cerro Porteño, no Paraguai. Antes, no dia 16, o alvinegro encara o América-MG pelo duelo de ida das finais do Campeonato Mineiro.

FICHA TÉCNICA DA PARTIDA

AMÉRICA DE CALI 1 X 3 ATLÉTICO-MG
Data: 13 de maio de 2021
Horário: 21h (de Brasília)
Local: Estádio Romelio Martínez, Barranquilla(COL)
Árbitro: Andres Cunha (URU)
Assistentes: Nicolas Taran (URU) e Horácio Ferreiro (URU)
Cartões amarelos: Moreno (AME), Jair (ATL), Arrieta (AME), Kevin Andrade (AME)
Cartões vermelhos: Kevin Andrade (AME)
Gols: Hulk, aos 20’-1ºT(0-1), Moreno, aos 23’-1ºT(1-1), Guilherme Arana, aos 8’-2ºT(1-2) Vargas, aos 51′-2ºT(13)

AMÉRICA DE CALI (Técnico:Jersson González)

Graterol; Arrieta, Kevin Andrade, Ortiz e Héctor Quiñónes; Carrascal, Luis Paz (João Rodríguez, aos 40’-2ºT), Cabrera; Moreno (Luís Sanchéz, aos 37’-2ºT), Adrian Ramos e Vergara (Aldair Rodriguéz, aos 19’-2ºT).

ATLÉTICO-MG (Técnico: Cuca)

Everson; Guga, Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana; Jair (Réver, aos 42’-2ºT), Tchê Tchê e Nacho (Dodô, aos 37’-2ºT); Savarino (Vargas, aos 36’-2ºT), Hulk (Allan, aos 46’-2ºT) e Keno (Diego Tardelli, aos 43’-2ºT).