Áudio: ‘O avião vai cair, sem estabilidade mecânica’; veja o que as caixas pretas do avião que caiu em Vinhedo podem revelar

Fotos Divulgadas pela FAB

A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou fotos das caixas-pretas danificadas, mostrando o estado dos equipamentos após o acidente. Essas imagens revelam o impacto severo que a aeronave sofreu. A análise dessas fotos pode fornecer indícios sobre a intensidade da colisão e os possíveis danos que contribuíram para a queda.

O LABDATA (Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo) está responsável pela avaliação dos equipamentos. A previsão é que o relatório preliminar sobre o acidente seja divulgado em 30 dias. A FAB informou que os trabalhos preliminares de preparação, extração e gravação dos dados já foram iniciados e devem prosseguir ininterruptamente.

O Papel do Cenipa na Investigação

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) está conduzindo a investigação do acidente. O Cenipa é responsável por analisar todos os dados coletados das caixas-pretas e realizar uma avaliação completa das possíveis causas do acidente. A análise detalhada dos dados é crucial para entender o que causou a perda de estabilidade da aeronave e para evitar futuros incidentes.

O Impacto das Informações no Processo de Investigação

Os dados das caixas-pretas são essenciais para a investigação, pois fornecem uma visão detalhada dos eventos que ocorreram durante o voo. As informações registradas podem ajudar a identificar falhas técnicas, erros operacionais ou até mesmo condições adversas que contribuíram para o acidente. A análise dos dados também pode levar a recomendações de melhorias nas práticas de segurança para prevenir acidentes semelhantes no futuro.

O que as Caixas Pretas Podem Revelar

As caixas-pretas, essenciais para a investigação de acidentes aéreos, desempenham um papel crucial em descobrir as causas por trás de incidentes como o do voo 2283. Estes dispositivos registram dados vitais que ajudam a reconstruir os eventos que levaram à queda da aeronave.

1. Cockpit Voice Recorder (CVR): Esta caixa preta captura todas as comunicações e sons da cabine de pilotagem, incluindo conversas entre os pilotos e a sonoridade do ambiente. As gravações do CVR podem revelar o estado emocional e as ações dos pilotos antes do acidente, além de possíveis falhas na comunicação que possam ter contribuído para o incidente.
2. Flight Data Recorder (FDR): O FDR registra dados técnicos cruciais, como altitude, velocidade, e a trajetória da aeronave. Esses dados ajudam a entender se houve alguma falha técnica ou anomalia no desempenho da aeronave que possa ter causado ou contribuído para o acidente.
3. Análise dos Dados: A partir das informações coletadas, os investigadores podem criar uma reconstrução detalhada dos eventos. Isso inclui identificar padrões ou discrepâncias nos dados que podem indicar problemas mecânicos, operacionais ou externos.
4. Impacto nas Medidas de Segurança: As descobertas a partir das caixas-pretas não apenas ajudam a entender o que causou o acidente, mas também levam a recomendações para melhorar a segurança aérea. Com base nas conclusões, podem ser implementadas novas práticas e tecnologias para evitar futuros acidentes semelhantes.

Como é Feita a Análise das Caixas Pretas

A análise das caixas-pretas é um processo complexo e meticuloso. Após a recuperação, os dispositivos são transportados para laboratórios especializados, como o LABDATA, onde passam por uma série de etapas:

1. Inspeção Física: As caixas-pretas são inspecionadas quanto a danos físicos e são submetidas a processos de limpeza e reparo, se necessário.
2. Extração de Dados: Os dados são extraídos dos dispositivos utilizando equipamentos de leitura especializados. Esta etapa pode revelar se as gravações foram corrompidas ou se há algum problema com os dados.
3. Decodificação e Análise: Os dados extraídos são decodificados e analisados para identificar informações relevantes sobre o desempenho da aeronave e a comunicação da tripulação. Esta análise é feita por especialistas em segurança aérea que buscam inconsistências ou sinais de falhas.
4. Interpretação e Relatório: A interpretação dos dados é feita para entender o contexto e os fatores que contribuíram para o acidente. Um relatório preliminar é preparado para informar sobre as descobertas iniciais, seguido por um relatório final detalhado.

Fraquezas Técnicas do ATR 72 em Condições de Gelo

O ATR 72, uma aeronave turboélice de médio porte, pode apresentar fraquezas específicas quando exposta a condições de gelo:

1. Acúmulo de Gelo nas Hélices: Em condições de gelo, as hélices podem acumular gelo, o que pode afetar a eficiência da propulsão e levar a problemas de desempenho.
2. Gelo nas Superfícies de Controle: O acúmulo de gelo nas superfícies de controle, como os ailerons e o leme, pode prejudicar a manobrabilidade da aeronave e aumentar o risco de perda de controle.
3. Sistema de Anti-Gelo: Se o sistema de anti-gelo não funcionar adequadamente, pode haver um aumento significativo no risco de acidentes. O ATR 72 possui sistemas projetados para combater o gelo, mas sua eficácia pode ser comprometida por falhas técnicas ou condições extremas.
4. Desempenho da Aerodinâmica: O gelo pode alterar as características aerodinâmicas da aeronave, levando a um aumento do arrasto e uma redução na eficiência do voo.

A análise das caixas-pretas, juntamente com a consideração das possíveis fraquezas técnicas do ATR 72, ajudará a entender melhor os fatores que contribuíram para o acidente e a desenvolver soluções para melhorar a segurança das operações aéreas.

Veja áúdio das caixas-pretas do voo 447 da Air Frande:

Veja o momento da queda do avião da Voepass Linhas Aéreas em Vinhedo, no Interior de São Paulo