Com ex-BBB Natália Deodato em destaque, Beija-Flor encerra primeiro dia de desfiles

Coube a Beija-Flor encerrar a primeira noite de desfiles do grupo especial do Carnaval do Rio de Janeiro. A escola entrou na Marquês de Sapucaí celebrando o povo preto e a rica história que ficou escondida pelos colonizadores europeus com o samba-enredo Empretecer o pensamento é ouvir da voz da Beija-Flor.

A azul e branca de Nilópolis veio celebrando a luta, o trabalho, as artes que sofreram um apagamento cultural. O carnavalesco Alexandre Louzada quis fazer um desfile diferente de um enredo afro com uma linguagem mais moderna, não tribal. Valorizando a cultura e a tecnologia dos povos africanos.

Neguinho da Beija-Flor ainda inovou puxando o samba com duas vozes femininas. A cantora Karinah, conhecida como a rainha do pagode, foi uma das puxadoras da escola de samba.

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Na comissão de frente uma alegoria trouxe componentes lembrando a tragédia que matou George Floyd em 2020. Em seguida, surgiram os dizeres vidas negras importam na areia. Telões exibiam nomes de pessoas assassinadas recentemente no Brasil, como Moïse Kabagambe, congolês brutamente assassinado em um quiosque no Rio de Janeiro.

Bastante forte também foi a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira, o mais antigo em atividade. Selminha Sorriso e Claudinho.

Entre os famosos, destaque para a ex-BBB Natália Deodato, convidada para desfilar pela Beija-Flor depois de se empolgar com uma visita da escola ao reality show semanas atrás. Ela desfilou como um dos destaques do quarto carro alegórico, que trouxe uma favela feita de livros, todos referências a obras de escritores negros, À frente do carro, a escritora Conceição Evaristo, uma das homenageadas pela escola.

Várias personalidades negras passaram pelo desfile. O ator e ex-BBB Babu Santana veio no quinto carro, que celebrou o teatro e os protagonistas negros. Ao lado dele os veteranos Antônio Pitanga e Neusa Borges.

No último carro homenagem a duas personalidades que fizeram história na escola. A sambista Pinah e o diretor de Carnaval Laíla, que morreu no ano passado.

A escola, uma das favoritas nos últimos carnavais, fez um desfile bastante emotivo e sem apresentar a técnica habitual. Precisou acelerar o ritmo no final para não estourar o tempo. O último carro da escola entrou na avenida com 55 minutos de desfile.

Fonte: Uol