Bolsonaro reafirma que Bolsa Família deve aumentar para R$ 300 reais; Governo deve ampliar número de beneficiarios

A negociação para aumentar o benefício está sendo conduzida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas esbarra em limitações orçamentárias

Cartão de benefícios do Bolsa Família (1.out.2014)
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Em encontro com empresários no Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro voltou a mencionar que o Bolsa Família deve ser reajustado em cerca de 50%, passando de cerca de R$ 190 para R$ 300. A negociação para aumentar o benefício está sendo conduzida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas esbarra em limitações orçamentárias. O anúncio já tinha sido feito nessa quarta-feira (16/6) em entrevista à SIC TV, afiliada da TV Record em Rondônia.

“Temos conversado com Paulo Guedes. A operação da nossa economia tem coração. E ele está propenso a conceder um reajuste de 50% para o Bolsa Família a partir do final desse nosso ano que vivemos. Sabemos que a importância, hoje em média R$ 192, e deve passar pra R$ 300. Sabemos que é pequeno também, mas é uma ajuda para aqueles que não têm como conseguir algo no mercado de trabalho e eles têm que sobreviver. São aproximadamente 20 milhões de pessoas nessa situação. Gostaríamos até que não fosse necessário fazer isso aí, mas no momento se faz mais que necessário, se faz essencial”, disse ele.

Por cerca de 15 minutos o presidente discursou a 150 empresários e autoridades reunidos no hotel Windsor da Barra da Tijuca, na zona Oeste do Rio de Janeiro. O evento foi organizado pelo Movimento “Rio Produtivo”, uma junção de associações comerciais que tem pouco mais de seis meses e reúne 11 entidades empresariais que representam os setores da Indústria, Supermercados, Hotelaria, Comércio, Turismo, Serviços, Alimentação e Eventos.

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Em sua fala, Bolsonaro ainda voltou a criticar o que chamou de “política nefasta” do “fique em casa” e também a postura de governadores. “Alguns governadores, com inexperiência, porque não sabiam como conduzir a questão, ou por excesso adotaram medidas que prejudicaram e muito a nossa economia”, disse ele, que ainda exaltou o auxílio emergencial. “Somente no ano passado gastamos um pouco mais de R$300 bilhões com o auxílio emergencial, isso é mais que dez anos de Bolsa Família”, completou.

Governo planeja aumentar em 4 milhões o total de beneficiários do Bolsa Família

O governo federal planeja ampliar em 4 milhões o total de famílias beneficiadas pelo novo Bolsa Família, que deve ser anunciado no último trimestre deste ano. Além de elevar o valor médio do benefício social de R$ 190 para R$ 250, os ministérios da Economia e da Cidadania consideram elevar o número de famílias contempladas com a ajuda federal.

Hoje, 14,6 milhões de famílias de baixa renda recebem o Bolsa Família. Com a ampliação, o benefício social deve chegar a 18,6 milhões, pouco menos da metade das famílias que hoje recebem parcelas do auxílio emergencial.

Segundo assessores presidenciais, para este ano, o governo federal tem capacidade financeira para reformular o programa de assistência, já que o pagamento do auxílio emergencial diminuiu os gastos com o Bolsa Família. E, para o ano que vem, a expectativa é de uma ampliação do teto de gastos, o que criaria espaço orçamentário para ampliar o volume de recursos investido no programa social.

Como antecipou a CNN na segunda-feira (7), o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou a extensão do auxílio emergencial por dois ou três meses, a partir de agosto, antes do lançamento do novo Bolsa Família.

O ministro também voltou a falar no lançamento do Bônus de Inclusão Produtivo (BIP) e no Bônus de Incentivo à Qualificação (BIQ). No entanto, o valor comentado por ele já diminuiu de R$ 300, para cada um dos benefícios, para R$ 275.

“Com R$ 275 pagos pelo governo e mais R$ 275 que a empresa paga, o jovem consegue um programa de um ano ou até um ano e meio de qualificação profissional”, disse.

Segundo ele, duas ou três grandes empresas já estão em contato com o governo com a intenção de contratar até 30 mil jovens dentro do regime especial do programa.

“Achamos que vai ter um aumento muito rápido do nível de emprego. Na verdade, uma redução do desemprego, tirando esses jovens das ruas e levando-os à qualificação profissional. Vamos pegar onde o desemprego é maior: no jovem nem-nem (que nem estuda nem trabalha)”, reforçou.