O Brasil vive a pior crise hídrica registrada nos últimos 91 anos, com escassez de chuvas, reservatórios em níveis baixos e maior demanda por energia em razão da reativação da economia para patamares pré-pandemia em vários setores. Fatores que, combinados, levaram o governo federal a tomar uma série de iniciativas.
Em entrevista ao programa Brasil em Pauta deste domingo (19), o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Christiano Vieira, lembrou que as crises hídricas se transformaram em um desafio global. “Quando pensamos em mudanças climáticas, olhamos e verificamos mudanças nos padrões de chuva por todo o mundo”.
Vieira se referiu ao período atual registrado no país como de “seca excepcional” e destacou que a governança do setor elétrico, desde 2003, conta com um comitê de monitoramento do setor que avalia de forma permanente as condições de oferta e demanda e faz recomendações.
“Dentre essas recomendações, inclui-se geração de usinas termelétricas mais caras de forma antecipada para preservar água nos reservatórios e a importação de energia elétrica de países vizinhos.”
O secretário também reforçou que a chamada estação úmida registrada no país em 2020 atrasou, começando somente no final de dezembro, e foi mais curta, terminando em março e não em abril. “Se revelou um dos piores períodos úmidos do histórico que temos”.
Sobre o risco de racionamento de energia no Brasil, Viera disse que todas as medidas que estão sendo adotadas são justamente para que não haja esse risco.
“Avaliamos como a carga está se comportando, como a oferta está se comportando em termos de incremento, como os recursos aportados pelo sistema como vento, sol e chuva estão se caracterizando. Com a evolução desses eventos, medidas adicionais são adotadas quando necessário. No momento, não há indicação de que sejam necessárias novas medidas.”
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