Canoa havaiana: remadores irão de Arraial D´Ajuda (BA) a Niterói (RJ)

No Natal desse ano, um grupo de seis velejadores e remadores de Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES) e Regência (ES) partirá para uma aventura e tanto no Oceano Atlântico. A bordo de uma canoa havaiana V6 adaptada com vela, o objetivo do grupo é ficar entre 20 e 25 dias no mar e percorrer as 650 milhas náuticas (aproximadamente 1.200 quilômetros) que separam Arraial D´Ajuda (BA) de Niterói (RJ). Liderados pelo niteroiense Douglas Moura, experiente remador de 39 anos, e pelo capixaba Ranin Thomé, eles não usarão instrumentos eletrônicos, somente carta náutica e bússola.

A tripulação planeja velejar cerca de 30 até 35 milhas náuticas por dia, a depender do vento e condições do mar. “Nosso sonho, nosso marco é chegar em Jurujuba, em Niterói. Esperamos atingir o objetivo. O bacana é navegar durante 20, 25 dias deixando o vento levar, um sentido filosófico e de aprendizado que só o mar proporciona a todos nós”, falou o remador e líder da expedição, Douglas Moura. “Nem sei explicar como e quando eu conheci o Douglas. Foi algo super natural. Estávamos em um evento de surfe. Ele me convidou para escrever um capítulo do livro dele sobre travessias. Foi uma amizade que surgiu do nada e ficou muito forte”, disse o instrutor e atleta de canoa havaiana do clube CPP Extreme, Ranin Thomé. “Essa vai ser a maior travessia já feita no Brasil à vela e a remo também. E a ideia é expandi-la ainda mais no futuro. Estamos fazendo ajustes na vela, ainda não temos o mastro específico. Mas o trabalho está sendo feito para ficar tudo da melhor forma para esse grande desafio”, completou.

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Além deles, o grupo terá Tavo Calfat, que também é de Niterói, o carioca Daniel Gnome, a capixaba Dayana Gualberto e Bárbara Guimarães, paulista radicada em Vitória (ES). “O Tavo entende muito de vela. O Daniel tem apenas 25 anos é o nosso mascote, chegou para somar. A Daiana é a namorada do Ranin e tem uma baita experiência em travessias. Sem falar da Bárbara que é instrutora e uma estudiosa de canoa”, comenta Douglas Moura. Além da paixão pelo mar, a Bárbara Guimarães participa da travessia com outro objetivo, comemorar o aniversário no mar. “Já sou instrutora há cinco anos. Participei de várias travessias. E quando vi que essa expedição estaria rolando no meu aniversário, que é no dia quatro de janeiro, decide abraçar a ideia”, falou a oceanógrafa. O grupo terá alimentação e os respectivos colchões de dormir dentro da canoa e planejam paradas em bases ao longo do sul da Bahia, Espírito Santo e o estado do Rio de Janeiro. Quando necessário vão se alimentar no mar.

EXPERIÊNCIA NO MAR

Não é a primeira vez que Douglas comanda a Expedição Anamauê. No fim de 2017 e começo de 2018, ele e tripulação ficaram 10 dias navegando. Na época, saíram de Niterói (RJ) e chegaram em Santos (SP) também com uma canoa havaiana. Nos anos seguintes, a Anamauê realizou expedições de Santos (SP) para Ubatuba (SP) e de Ubatuba (SP) para a volta na Ilhabela (SP) e São Sebastião (SP).

HISTÓRIA DE ESPORTE

A canoa havaiana ou Polinésia é originalmente conhecida como Va´A, Wa´A ou Waka. É uma cultura que existe há mais de 3 mil anos. Atualmente, somente em Niterói (RJ) são 33 clubes de canoa com cerca de dois mil remadores. No Espírito Santo são 21 clubes e cerca de 1.500 remadores.