Cartilha auxilia profissionais de saúde no combate ao tabagismo

“A melhor escolha é não fumar”. A frase marca a campanha de combate ao tabagismo realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) deste ano. No Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado neste domingo (29), a ação dá continuidade à campanha Comprometa-se a parar de fumar, cujo objetivo é reforçar as ações nacionais de conscientização sobre os danos sociais, de saúde, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.

Na campanha de combate ao tabagismo deste ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) preparou cartilhas para profissionais de saúde, que incluem um questionário básico a ser respondido pelos pacientes com perguntas relativas ao hábito de fumar.

O documento é parte das ações estratégicas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para estimular o cidadão a deixar o cigarro. Na  cartilha estão incluídas orientações para o profissional de saúde sobre como orientar um paciente fumante a parar com o hábito. A abordagem pode ser feita em poucos minutos e em qualquer atendimento – seja em uma consulta médica, psicológica, nutricional, assistencial, odontológica, de atividade física ou estética. Acesse a cartilha.

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Dados da OMS indicam que cerca de 60% dos usuários de tabaco em todo o mundo querem parar, mas apenas 30% da população mundial tem acesso a serviços apropriados para deixar o vício.

“Quando comparadas com as situações em que nenhum aconselhamento é dado ao fumante, abordagens com, no máximo, três minutos podem aumentar as chances de cessação de fumar” explica a cartilha.

Razões para largar o cigarro

De acordo com Inca, todos os produtos derivados do tabaco, incluindo os dispositivos eletrônicos para fumar, são nocivos à saúde. A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil compostos químicos. Estudos indicam que no mínimo 69 dessas substâncias provocam câncer.

Os fumantes têm até 22 vezes mais probabilidade de desenvolver câncer de pulmão ao longo da vida do que os não fumantes. O tabagismo é a principal causa da doença, causando mais de dois terços das mortes por câncer de pulmão em todo o mundo. Conheça aqui 100 razões listadas pela OMS para parar de fumar.

Segundo o instituto, a fumaça do tabaco danifica as artérias do coração, causando o acúmulo de placas e o desenvolvimento de coágulos sanguíneos, restringindo o fluxo sanguíneo e levando a ataques cardíacos e derrames.

Para as mulheres, o hábito de fumar pode antecipar a menopausa em 1 a 4 anos porque o hábito reduz a produção de óvulos nos ovários, resultando em uma perda da função reprodutiva e, consequentemente baixos níveis de estrogênio.

De acordo com o Inca, ao parar de fumar os benefícios à saúde são quase imediatos:

Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.

Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.

Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.

Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.

Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida.

Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.

Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.

Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.

Mortes

No Brasil, o tabagismo mata 162 mil pessoas por ano e tem custo anual de R$ 125 bilhões aos cofres públicos para cobrir despesas com doenças causadas pelo cigarro. Esse custo equivale a 23% do que o Brasil gastou, em 2020, com o enfrentamento à covid-19, informou o Inca, por meio de sua assessoria de imprensa.

O alto custo do tabagismo não inclui os gastos do SUS para tratar a dependência de nicotina, considerada uma das medidas médicas mais efetivas quando comparada com o tratamento das doenças causadas pelo uso de produtos do tabaco.