Casa Civil diz que argentinos entraram de maneira irregular

Em nota, Casa Civil da Presidência informou que não houve, por parte da seleção argentina de futebol, pedido para entrada excepcional dos quatro jogadores. Jogo com o Brasil foi suspenso.

A Casa Civil da Presidência da República informou nesta segunda-feira (6) que os quatro jogadores da seleção argentina de futebol que atuam na liga inglesa, e que faziam parte da seleção que disputaria o jogo com o Brasil pelas eliminatórios da Copa do Catar, entraram no país de maneira “irregular”.

A nota diz ainda que o governo brasileiro não recebeu pedido para permitir a entrada excepcional desses quatro jogadores, saída prevista na portaria que trata das restrições para viajantes devido à pandemia da Covid-19. É a Casa Civil quem analisa esses pedidos.

“No caso dos jogadores argentinos, cabe esclarecer que não houve qualquer solicitação de excepcionalidade anterior ao voo de entrada dos jogadores no Brasil, impossibilitando qualquer tipo de atuação da Casa Civil”, diz o documento.

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“Após a entrada irregular dos jogadores argentinos no Brasil, coube à Anvisa cumprir a norma estabelecida na Portaria 655, decisão que foi chancelada pelo Ministério da Saúde, que notificou a Conmebol sobre a impossibilidade de atuação dos jogadores na partida”, continua. Leia a nota completa da Casa Civil ao final desta reportagem.

Neste domingo (5), agentes da Polícia Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entraram no campo da Neo Química Arena, em São Paulo, para retirar os quatro jogadores que descumpriram a quarentena contra a disseminação do coronavírus: Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso

A partida entre Brasil e Argentina havia começado há poucos minutos. Diante da decisão da Anvisa de retirar os quatro jogadores, a seleção argentina desistiu de disputar o jogo. Em seguida, os argentinos deixaram o Brasil.

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) suspendeu o jogo pelas eliminatórias da Copa do Mundo, organizadas pela Fifa. Os atletas foram notificados a deixar o Brasil.

Documento oficial da Anvisa sobre a confusão diz que um membro da delegação argentina, Fernando Ariel Batista, falsificou informações dos quatro jogadores. Eles tinham passado pelo Reino Unido, o que exigiria cumprimento de quarentena no Brasil, mas não há essa informação nas declarações sanitárias preenchidas por Batista.

Em entrevista à imprensa argentina, Batista negou que tenha preenchido os documentos e afirmou que não estava na delegação argentina que veio para o Brasil. A assinatura desse documento é digital e ele é preenchido remotamente.

Os quatro jogadores argentinos que descumpriram a quarentena contra a disseminação do coronavírus são investigados pela Polícia Federal por falsidade ideológica após infringirem a lei sanitária brasileira.

Leia a íntegra da nota da Casa Civil da Presidência da República:

A Casa Civil da Presidência da República esclarece que, de acordo com o artigo 10 da portaria 655, de 23 de junho de 2021, é de sua competência institucional a coordenação, junto à Anvisa, ao Ministério da Saúde e a outros órgãos, da análise de pedidos de entrada excepcional no país de pessoas oriundas do Reino Unido sem a devida quarentena prevista na Portaria. Após a análise, que é técnica, a Casa Civil comunica a decisão dos órgãos.

Exemplo desse tipo de atuação da Casa Civil é a coordenação da autorização excepcional de entrada no país concedida em maio e junho deste ano, a jogadores brasileiros oriundos do futebol inglês, na preparação para as eliminatórias da Copa do Mundo. Neste caso, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou pedido de excepcionalidade antes da entrada dos jogadores no país e se comprometeu a isolá-los na concentração da seleção, a reportar qualquer sintoma de Covid19 e a enviar todas as informações dos jogadores para controle do Ministério da Saúde.

No caso dos jogadores argentinos, cabe esclarecer que não houve qualquer solicitação de excepcionalidade anterior ao voo de entrada dos jogadores no Brasil, impossibilitando qualquer tipo de atuação da Casa Civil.

Após a entrada irregular dos jogadores argentinos no Brasil, coube à Anvisa cumprir a norma estabelecida na Portaria 655, decisão que foi chancelada pelo Ministério da Saúde, que notificou a Conmebol sobre a impossibilidade de atuação dos jogadores na partida.

Cabe esclarecer também que não compete à Casa Civil autorizar a entrada em campo de jogadores que já estejam no país e que não tenham cumprido as regras sanitárias brasileiras.

Atenciosamente

Ascom Casa Civil