A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) manifestou apoio à judoca Rafaela Silva, que teve a suspensão de dois anos por doping mantida pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, sigla em inglês). Com isso, ela está fora da Olimpíada de Tóquio (Japão), no ano que vem. Em nota, a entidade lamentou a decisão do tribunal, informada na última segunda-feira (21), e garantiu que a carioca (medalhista de ouro da categoria até 57 quilos na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016) dará a volta por cima na carreira.
“Rafaela é uma das maiores atletas do país, única judoca brasileira campeã mundial e olímpica, em carreira construída à base de muito suor, disciplina, coragem e, sobretudo, superação”, destaca a nota da CBJ, que completa: “Uma das principais lições que o nosso esporte ensina é aprender a cair, levantar e seguir. Rafaela Silva e o judô brasileiro levantarão ainda mais fortes. Juntos, estamos preparados para vencer as dificuldades”.
A campeã olímpica também recebeu apoio de atletas da modalidade. Entre eles, a judoca Eleudis Valentim, que também integra a seleção brasileira, na categoria até 52 quilos. Esposa de Rafaela, ela publicou no Instagram uma mensagem em que considera a manutenção da punição da companheira uma “injustiça”.
“Hoje [segunda], uma injustiça foi feita pelas mãos do homem, mas Deus sabe de toda a verdade e vai nos dar forças para voltarmos mais fortes”, escreveu Eleudis.
Coordenadora da seleção feminina de judô, Rosicleia Campos também se manifestou pelo Instagram, projetando o futuro de Rafaela na Olimpíada de Paris (França), em 2024.
“Quantas vezes esse gesto foi repetido. Sorriso no rosto, foto no pódio, foto com a medalha. Tenho absoluta certeza de que Deus tem outros planos para você. Siga forte, cabeça erguida. Que venha Paris 2024. Vamos que vamos!”, publicou Rosicleia.
Atletas de outras modalidades se juntaram às publicações de incentivo à judoca. Na ferramenta Stories (mensagens que duram 24 horas) do Instagram, a skatista Pâmela Rosa, a maratonista aquática Ana Marcela Cunha e a velocista paralímpica Verônica Hipólito deixaram registros de apoio à carioca.
Rafaela foi flagrada em um exame antidoping realizado durante os Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru), no ano passado. Ela testou positivo para fenoterol, broncodilatador utilizado para tratar doenças respiratórias. Suspensa por dois anos, a judoca recorreu ao CAS, sendo julgada no último dia 10 de setembro. Em nota, a Corte informou que a defesa da atleta solicitou que “nenhuma culpa ou negligência fosse atribuída […] com fundamento de que ela foi acidentalmente contaminada com a substância proibida pelo contato com a colega de quarto durante o Pan ou [no contato] com torcedores”. O argumento não foi aceito.