Celular do jornalista Gabriel Luiz é encontrado perto do local onde ele foi esfaqueado, em Brasília; polícia investiga

Repórter da TV Globo foi atacado em estacionamento próximo de casa, na noite de quinta (14); ele está internado em UTI. Câmeras de segurança flagraram suspeitos; polícia diz que investiga todas as hipóteses.

Celular do jornalista Gabriel Luiz é encontrado próximo a local de ataque, em Brasília — Foto: Fabiano Andrade/TV Globo
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A Polícia Civil do Distrito Federal encontrou o celular do jornalista da TV Globo Gabriel Luiz, de 28 anosesfaqueado por dois homens durante um ataque na noite de quinta-feira (14), no Sudoeste, em Brasília. A carteira do repórter foi encontrada no local do crime, mas o aparelho até então estava desaparecido.

Nesta sexta (15), o celular foi localizado por um morador da região, caído no chão. O homem repassou o aparelho a um investigador da Polícia Civil, que levou o objeto até a 3ª Delegacia de Polícia, no Cruzeiro, que investiga o crime. A corporação diz que não descarta nenhuma hipótese para o ataque.

Em nota, a secretaria de Segurança Pública do DF informou que “todos os órgãos de segurança estão empenhados na captura dos bandidos. A investigação está em curso e chegará a bom termo. Não descartamos nenhuma hipótese sobre as razões do ataque. Tudo vai ser esclarecido. Prestamos solidariedade ao Gabriel e sua família.”

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Ferimentos

Gabriel foi atingido por diversos golpes no pescoço, no abdômen, no tórax e na perna. Ele teve perfurações no estômago, no pulmão, no pâncreas e no diafragma. Também no braço e no pulso, no pescoço e na perna esquerda, com menor gravidade.

Ele foi levado ao Hospital de Base do DF (HBDF) e passou por várias cirurgias na madrugada e nesta manhã. Todas as operações foram bem-sucedidas e a última, no pulso, foi concluída no fim da manhã. Após a operação, ele foi direcionado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Um boletim médico de 12h20, divulgado pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do DF (Iges-DF), informou que Gabriel está “no pós-operatório imediato, em estado grave mas estável. O paciente está consciente e recebeu visita do pai”.

Ação dos suspeitos

Câmeras de segurança registraram a aproximação dos homens que atacaram o profissional (assista abaixo). As imagens mostram, primeiro, o jornalista passando pelo local. Um suspeito aparece logo em seguida e outro, atrás. Mais à frente, a dupla agrediu Gabriel. Em seguida, os dois saíram correndo em fuga.

O porteiro do prédio do jornalista informou que ele disse que estava saindo em direção a um comércio próximo, quando foi atacado. Ele foi socorrido após pedir ajuda a vizinhos e deu entrada no HBDF consciente.

Investigação

Até a última atualização desta reportagem, a motivação do crime não tinha sido esclarecida. Peritos da Polícia Civil fizeram análises no local do ataque e no apartamento do jovem. Segundo a corporação, equipes estão na rua para tentar identificar e encontrar os suspeitos.

Faca usada em ataque contra jornalista Gabriel Luiz, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
Faca usada em ataque contra jornalista Gabriel Luiz, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução

Em nota, a TV Globo se manifestou sobre o caso. Veja íntegra:

“A Globo lamenta profundamente o ocorrido. Está aguardando as investigações da polícia e prestando toda ajuda ao nosso repórter e aos familiares. A Globo repudia veemente todas as formas de violência e espera que o caso seja esclarecido o mais rapidamente possível.”

Quem é Gabriel Luiz?

Formado em Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB), Gabriel Luiz entrou na Globo como estagiário, em 2014. Em 2017, foi contratado como repórter do g1 DF, portal no qual ficou por dois anos, até 2019, quando migrou para a equipe do DF1, como editor do jornal local da capital.

Conhecido pelo estilo irreverente e bem-humorado, Gabriel realiza reportagens investigativas, que apuram irregularidades nos mais variados setores do poder.

Repercussão

Após a divulgação do caso, diversas entidades de imprensa se manifestaram em repúdio ao ataque sofrido pelo jornalista. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) estão entre as instituições que se manifestaram.

As entidades pedem que os fatos sejam investigados com rapidez e que os responsáveis sejam identificados e punidos. Também se solidarizam com o repórter e a família.

Fonte: G1