Chacina de família no DF foi planejada e execução durou quase 1 mês, diz polícia

Suspeitos previam matar 11ª vítima; crime foi motivado por dinheiro de um terreno avaliado em R$ 2 milhões, aponta apuração

A Polícia Civil do Distrito Federal informou nesta sexta-feira (27) que chacina de dez pessoas de uma mesma família foi planejada e a execução durou quase um mês, desde o dia em que as primeiras vítimas foram sequestradas e levadas para um cativeiro.

“Cada vítima foi morta com diferente requinte de crueldade”, afirmou o delegado Ricardo Viana, titular da 6ª Delegacia de Polícia do DF e responsável pelas investigações.

De acordo com Viana, o corpo de um dos mortos foi esquartejado. Outros foram incinerados, incluindo as seis vítimas encontradas em dois carros queimados localizados em rodovias no entorno do Distrito Federal. Três corpos foram jogados em uma cisterna.

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Os corpos da cabeleireira Elizamar Silva e de três filhos foram encontrados em Renault Clio carbonizado – Polícia Militar de Goiás

Os autores agiram motivados por questões financeiras, segundo as apurações. Tinham interesse no dinheiro da venda de um terreno pertencente a integrantes da família e valores depositados em contas bancárias.

À Folha o advogado que representa a mãe da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, uma das vítimas, disse que o terreno visado pelos criminosos fica próximo ao condomínio Entre Lagos, em Itapoã, região administrativa do DF. “Aqui as terras são muito caras, naquela localização, um lote simples custa em torno de R$ 350 mil, R$ 400 mil”, afirmou João Darc’s Fernandes Costa.

Os investigadores atribuem ao grupo uma série de crimes, incluindo latrocínio (roubo seguido de morte), homicídio, extorsão mediante sequestro com resultado morte, ocultação de cadáver e associação criminosa, além de corrupção de menor em virtude da participação de um adolescente na trama. As penas somadas variam de 190 a 340 anos.

A polícia não descarta que tenha havido violência sexual contra as mulheres mantidas em cativeiro. Duas delas ficaram 18 dias de posse dos criminosos e outras duas ficaram 14 dias.

Segundo as investigações, os eventos que culminaram na morte das dez pessoas começaram ainda no ano passado, quando houve a invasão a uma chácara onde morava parte das vítimas. Outros familiares foram atraídos ao local e assassinados.

Cinco pessoas foram presas por suspeita de participação no crime. Além deles, um adolescente de 17 anos foi ouvido e teve a sua internação provisória solicitada à Justiça pela Delegacia da Criança e do Adolescente, que investiga a sua atuação.

Os suspeitos presos são Carloman dos Santos Nogueira, 26, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, 49, Gideon Batista de Menezes, 55, Fabrício Silva Canhedo, 34 e um homem conhecido como Galego, 25.

O CRIME

Os corpos da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, e dos três filhos dela, um menino de 7 anos, e um casal de gêmeos de 6, foram encontrados carbonizados no dia 13 deste mês, em Cristalina (GO), dentro do carro da família. Eles foram as primeiras vítimas a aparecer.

Um dos suspeitos chegou a afirmar à polícia que o crime tinha sido encomendado pelo marido, Thiago Gabriel Belchior, 30, e pelo sogro dela, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, para tomar o dinheiro da venda de uma casa.

Nos dias seguintes a essa versão, os corpos de Thiago e Marcos Antônio também foram encontrados. Com isso, a polícia concluiu que informação sobre os mandantes não era verdadeira e tenha tido apenas a intenção de tumultuar as investigações ou atenuar a pena em caso de uma eventual condenação.

Dois dos presos eram funcionários e moravam numa chácara com Marcos Antônio, a esposa, Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior, 25, filha de ambos.

Fonte: Folhapress com Yahoo