Jogo de ida, na Espanha, termina em 1 a 1, gols de Pulisic e Benzema
O equilíbrio imperou no jogo de ida da semifinal da Liga dos Campões da Europa, entre Real Madrid e Chelsea. Não só pelo placar de 1 a 1, o que gera uma associação lógica ao termo que abre este texto. Mas é que, de fato, o jogo no Alfredo Di Stéfano, em Madri, foi uma gangorra. E é possível listar alguns jogadores responsáveis por isso: Pulisic, Benzema, Militão, Courtois e Kanté. Nem todos brilharam na mesma proporção. Só que fizeram a diferença na estrutura dos primeiros 90 minutos do confronto. No jogo de volta, o Chelsea se classifica com um 0 a 0.
Cadê Vini Jr. nessa lista? Bem, não foi o melhor dos dias para o brasileiro. Diante de um sistema bem organizado do Chelsea, que toma poucos gols e na fase defensiva forma uma linha de cinco, os espaços foram escassos. A chuva ainda molhou o terreno, dificultando dribles e arrancadas do brasileiro, substituído aos 20 minutos do segundo tempo.
Mas vamos a quem foi protagonista. O goleiro Courtois fez a defesa mais espetacular do jogo. Evitou que o enredo fosse completamente diferente, ao salvar com o pé uma finalização que parecia fadada ao fundo do gol. Timo Werner falhou na hora H, mas o mérito é desse gigante que já trouxe pesadelos à seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018. Tite que o diga.
Mas nem tudo deu certo para Courtois. Com seu 1,99m, não conseguiu acompanhar a ginga de Pulisic. O meia-atacante recebeu uma bola em profundidade, parou, balançou o corpo, driblou o goleiro e abriu o placar. Não apareceu um defensor do Real Madrid para pressioná-lo. Àquela altura, um gol que premiava o domínio do Chelsea na primeira metade da etapa inicial.
O Real Madrid tinha problemas para encaixar a saída de bola. Toni Kroos, pasmem, errou passes e dificultou a transição ofensiva. Como resolver? Jogando bola para o alto. Um cruzamento e duas cabeçadas depois, Benzema ajeitou e disparou uma espécie de voleio/puxeta para empatar, aos 28 minutos. Eis o protagonismo necessário no momento de aperto daquele que alcançou seus 71 gols na Liga dos Campeões, igualando a marca de Raul.
O gol só referendou o clima de igualdade no confronto, que se estendeu até o fim do jogo. Do lado do Chelsea, Kanté merece ser citado pelo ritmo que exibiu no meio-campo. O estigma de se um jogador limitado à marcação. Obviamente, o papel dele na dupla com Jorginho é crucial no preenchimento dos espaços. Parece onipresente. Mas o tom restritivo dessa tese cai por terra quando o francês acha o tempo perfeito para alternar a hora de conduzir a bola e usar os espaços para desafogar o time na hora de ir à frente.
No Real Madrid, muito do que o Chelsea não conseguiu fazer deve-se a Eder Militão. Na linha de três que Zidane desenhou – colocando Marcelo para uma função de ala pela esquerda, deixando Varane e Nacho mais presos -, o zagueiro brasileiro foi o destaque. Bloqueou chutes, apostou corrida e neutralizou adversários, foi quase perfeito. No ataque, foi de Militão a última cabeçada que antecedeu o gol de Benzema. Militão mostrou mais uma vez o seu valor, não tem sentido a pressão e tem sido um símbolo de segurança em um momento no qual o Real Madrid está sem Sergio Ramos e não tem margem para errar.
Fonte: O Globo