O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) está para Alberto Mourão (MDB) como a urbanização da orla e a Via Expressa Sul estiveram em outros momentos de sua trajetória política. É prioridade, quase uma obsessão. Menos poluente, mais silencioso e mais confortável, o VLT deve se tornar a grande marca do sexto mandato de Mourão à frente do Palácio São Francisco de Assis, o Paço Municipal de Praia Grande, cidade que mais cresce na Região Metropolitana da Baixada Santista.
Só que, desta vez, o investimento não depende apenas da Prefeitura. Ainda assim, seus olhos brilham quando fala sobre o tema: “O governador (Tarcísio de Freitas) se comprometeu a levar o VLT à Praia Grande nesse mandato”.
Pelos cálculos do político experiente, o novo ramal introduziria perto de 50 mil passageiros/dia no sistema, elevando o movimento do VLT na região para cerca de 70 mil usuários/dia. Esse acréscimo representa o contingente que se desloca de Praia Grande a Santos, São Vicente e Cubatão diariamente através de 16 linhas de ônibus.
O percurso teria aproximadamente 25 quilômetros e partiria da Ponte dos Barreiros, em São Vicente, até a divisa com Mongaguá.
Para contornar os impactos ambientais no manguezal logo após a ponte, Mourão sugere que o metrô de superfície trafegue em viaduto exclusivo por 400 metros, até chegar à área que por muitos anos serviu à plantação de chuchus.
A partir daí, seriam 3.280 metros até o bairro do Tude Bastos.
Em seguida, o VLT seguiria o traçado da Via Expressa Sul até a Curva do S, onde passaria a ocupar a faixa de domínio da antiga Ferrovia Santos-Juquiá. O fim da linha seria no Jardim Solemar.
“Não tem nenhuma desapropriação”, resume Mourão. “Por isso, talvez esse trecho seja até mais barato que em Santos. Só vai precisar de mais comboios (trens e vagões) porque o trecho é mais extenso”, completa.
Mas, estimativa de custo ainda não há.
Apesar do compromisso do governador, também não há prazo para lançamento do edital para contratação da obra pelo Estado.
Nada que tire o otimismo do prefeito eleito: “Faz uma PPP (parceria público-privada) e amortiza (o custo da obra) em 30 anos”, propõe.
Cubatão
E Mourão defende que essa expansão chegue também a Cubatão, destino de parte dos 50 mil praiagrandenses que utilizam ônibus diariamente para se deslocar a outras cidades da região para trabalhar ou estudar.
De olho nas futuras decisões do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), Mourão sugere a definição de “uma agenda metropolitana firme” para os próximos quatro anos.
“Precisamos pedir certo (ao Governo do Estado) porque quem pede muito, nada tem. Temos que fazer escolhas, e rediscutir o desenvolvimento econômico da Baixada Santista”, alerta o político.
“Estamos perdendo espaço no Estado”, completa o futuro prefeito. O Condesb reúne representantes do Governo do Estado e os prefeitos das nove cidades da Região Metropolitana.
Litoral Sul
E entre as prioridades regionais para os próximos quatro anos, ele cita a saúde, a geração de empregos, a reestruturação do sistema público de ensino superior e a mobilidade. Na questão da mobilidade, além da expansão do VLT até Praia Grande e Cubatão, Mourão cita que seria importante discutir o transporte coletivo no Litoral Sul.
Porém, ele considera que, no momento, seria mais viável a interligação de Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe através de um corredor exclusivo nos moldes do BRT (bus rapid transit, na sigla em inglês). Nesse caso, seriam ônibus elétricos, menos poluentes e mais silenciosos.
Outra alternativa seria um trem metropolitano, com espaço para mais passageiros que os trens de longa distância, nos moldes de similares que circulam hoje na Espanha e na França.
Fonte: Diário do Litoral