Índice já supera em quase 30 centímetros o que foi registrado na enchente histórica que atingiu a capital gaúcha em 1941, de 4,76 metros
A medição feita pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul alarmou as autoridades e a população neste sábado (4), ao revelar que o nível do lago Guaíba ultrapassou os 5 metros na manhã de hoje.
Às 8h, o nível estava em 5,02 metros. Às 10h, a água subiu ainda mais, atingindo 5,04 metros. Este índice já supera em quase 30 centímetros o registrado na enchente histórica de 1941, quando a capital gaúcha enfrentou uma catástrofe com o nível atingindo 4,76 metros. Veja imagens da cidade neste sábado.
A régua utilizada para a medição foi instalada emergencialmente nas proximidades da Usina do Gasômetro, um dos pontos emblemáticos da cidade de Porto Alegre.
Diante da situação crítica, a prefeitura da capital gaúcha agiu rapidamente, direcionando 1.858 pessoas a oito abrigos temporários espalhados pelo município, buscando garantir a segurança dos cidadãos.
No entanto, a preocupação se intensificou com o extravasamento de um dique no bairro Sarandi, próximo ao prédio da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), levando o prefeito Sebastião Melo (MDB) a solicitar à população do entorno que evacuasse a área afetada.
A situação já era tensa desde a última sexta-feira (3), quando uma comporta responsável pela contenção das águas do Guaíba, conhecida como portão 14, rompeu-se. Este dispositivo está localizado nas proximidades da avenida Sertório, na zona norte da cidade.
Durante uma entrevista coletiva na sexta, o prefeito destacou a delicadeza da situação no bairro Sarandi, salientando que as casas de bombas destinadas a auxiliar no escoamento da água estavam inoperantes, uma vez que os motores dos equipamentos colapsaram.
A tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul já deixou um rastro de dor e destruição, com a confirmação de 56 mortes até o momento, desde o início dos temporais que assolam o estado nesta semana. Os registros apontam que 281 municípios foram afetados pelas chuvas torrenciais.
Os números são alarmantes: 377.497 pessoas foram afetadas, das quais 24.666 estão desalojadas e 8.296 precisaram ser encaminhadas para abrigos temporários.
Este cenário já supera em gravidade a tragédia ocorrida em setembro de 2023, quando o estado foi assolado pela passagem de um ciclone extratropical, resultando em 54 óbitos registrados pela Defesa Civil naquela ocasião. Vale ressaltar que a região mais impactada, o Vale do Taquari, está novamente sofrendo os efeitos dos temporais em 2024.