Inmet emite alerta com grau de severidade “perigo potencial”
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo alerta para chuvas intensas no Rio Grande do Sul, classificando o grau de severidade como “perigo potencial”. O comunicado, divulgado nesta sexta-feira, permanecerá em vigor até as 10h de sábado. Durante esse período, são esperadas chuvas com índices de 20 a 30 mm/h ou até 50 mm/dia, acompanhadas de ventos intensos variando entre 40 e 60 km/h.
Situação crítica persiste: Balanço da Defesa Civil
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou, no início da tarde desta sexta-feira, um novo balanço da situação no estado. Infelizmente, não houve alteração no número de mortes, que permanece em 41 vítimas fatais. As equipes de resgate continuam realizando buscas desesperadas por 46 pessoas desaparecidas, sendo oito em Lajeado, oito em Arroio do Meio e 30 em Muçum, município que sofreu as maiores consequências dessa tragédia ambiental.
A abrangência do desastre
O governo local reportou que um total de 85 municípios foi impactado pelo ciclone extratropical. Isso significa que 135.088 pessoas foram afetadas de alguma forma, entre elas 3.046 desabrigados e 7.781 desalojados. Além disso, 2.745 vítimas conseguiram ser resgatadas, oferecendo um vislumbre de esperança em meio à devastação.
Chuvas e ventos fortes persistem
Segundo informações do MetSul, a região Sul e Leste do estado ainda enfrenta chuvas, ventos fortes e raios. Alagamentos têm sido registrados em vários pontos dessas áreas, deixando diversas cidades em situação crítica. O volume de chuva acumulado é impressionante, com destaque para Canguçu (182 mm), Pedro Osório (181 mm), Capão do Leão (176 mm), Dom Pedrito (170 mm), Alegrete (164 mm), Arroio Grande (160 mm), Pelotas (158 mm) e Rio Grande (151 mm).
Alerta para bacias de rios
Em Alegrete, o nível do Rio Ibirapuitã subiu consideravelmente nas últimas horas, atingindo 10,30 metros na madrugada desta sexta-feira. O MetSul alerta que as bacias de rios com nascentes ou que cortam as regiões Centro, Oeste e Sul do Rio Grande do Sul demandam especial atenção a partir de agora.
Estado de calamidade pública declarado
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública nesta quarta-feira. Em uma emocionante coletiva de imprensa, ele também enfatizou a triste realidade de que mais mortes podem ser confirmadas à medida que as equipes de resgate avançam nos trabalhos. O governador descreveu como “cenário desolador” a destruição que testemunhou nos sobrevôos pelas áreas mais afetadas.
Tragédia durante operação de resgate
Eduardo Leite também informou que uma mulher perdeu a vida durante uma operação de resgate. A corda que a içava para o helicóptero se rompeu, resultando na queda dela e de um policial militar nas águas, arrastados pela correnteza. O policial sobreviveu com ferimentos, mas a mulher, infelizmente, não teve a mesma sorte.
Relato das primeiras mortes
As primeiras tragédias registradas no Rio Grande do Sul foram as mortes do casal Delve Francescatto, de 50 anos, e Ironi de Fátima Godoi Francescatto, de 44. Seu carro foi arrastado pela correnteza em Ibiraiaras, quando retornavam para casa após terem sido informados de que a residência havia perdido as telhas no vendaval.
Na sequência, a Defesa Civil confirmou a morte de Cristiano Schusler, de 41 anos, em Mato Castelhano, também devido ao arraste do carro pela correnteza. Neri Roberto Gonçalves da Silva, de 67 anos, perdeu a vida em Passo Fundo após uma descarga elétrica causada por um temporal na cidade.
Moacir Engster, de 58 anos, foi mais uma vítima de uma descarga elétrica em Estrela. O choque aconteceu enquanto ele ajudava um vizinho a remover móveis de casa.
No total, o Rio Grande do Sul enfrenta uma situação crítica, com um grande número de mortes, desabrigados e desalojados, e os esforços de resgate e recuperação continuam em curso. A solidariedade e o apoio à população afetada são essenciais neste momento de grande dificuldade.