Cineasta há mais de 30 anos e colecionando uma ampla trajetória de produções audiovisuais brasileiras e internacionais, Dimas Oliveira não esconde sua paixão pelo cinema e tem como um grande sonho, transformar a cidade de Taubaté em um polo cinematográfico. Em 2019, também fomentando o audiovisual na cidade do interior da capital paulista, realizou um dos seus maiores projetos: o filme “Sila”, que conta a história de sobreviventes do cangaço após a morte do lampião.
Concorrendo hoje em grandes festivais, o filme “Sila”, idealizado, produzido e dirigido pelo cineasta, conta a história dos sobreviventes do massacre de 1938 no sertão Nordestino, através da ótica feminina de Ilda Ribeiro, ex-cangaceira Sila. Inicialmente era para ser apenas um documentário, que foi onde Dimas conheceu Sila. O projeto foi realizado com a participação da ex-cangaceira e recebeu o nome de “Mulheres no Cangaço”. Teve estreia na extinta Rede STV Sesc Senac de Televisão. Mas a vontade de ir além, continuou e assim nasceu o filme.
“Seria de grande importância conversar de perto com aquela mulher forte. Escapou com vida, ao lado de seu companheiro Zé Sereno, da emboscada preparada para o grupo de Lampião. Quis conhecer de perto essa história, afinal, escapar de uma emboscada é um ato hercúleo e consegui conhecer Sila… Daí nasceu uma amizade e uma troca de relatos, que durante duas décadas carreguei comigo, alimentando a ideia de realizar um filme sobre os sobreviventes do cangaço, já que o tema, sempre cantado e decantado, teimava em encerrar com a morte de Lampião e Maria Bonita. Quis ir além e comecei a estruturar em minha cabeça, o filme SILA”, conta Dimas.
Após anos de experiência com o cinema, Dimas decidiu trazer esse olhar diferente para a história brasileira. O projeto saiu do papel a partir de financiamento coletivo de plataformas especializadas e muita garra e força de vontade. “Na tentativa de captar recursos, me deparei com a impossibilidade disso ocorrer, mas vários artistas e técnicos foram se aproximando do projeto e abraçaram a ideia. Nesse momento percebi que poderia realizar Sila”, aponta o cineasta.
Ganhando espaço nos festivais pelo Brasil, Sila é hoje um dos projetos indicados ao Festival de Cinema de Ibiapaba. A produção concorre às categorias: “Melhor Filme”, “Melhor Direção”, “Melhor Atriz”, “Melhor Direção de Fotografia”, “Melhor Direção de Arte”, “Melhor Trilha Sonora” e “Melhor Som”.
Taubaté: novo polo cinematográfico
Além de compartilhar cultura e trazer novos olhares para as histórias do povo brasileiro, Dimas carrega o papel de fomentação do audiovisual em Taubaté, cidade do interior de São Paulo. O filme “Sila” foi gravado nos bairros da zona rural de Taubaté: Bairro do Registro, Sete Voltas e Bairro do Barreiro.
A cidade já foi considerada um polo cinematográfico nos anos 60 e 70. “Meu maior objetivo era me instalar em taubaté para reativar esse título, aproveitando o eixo SP e Rio para dar oportunidades às pessoas e grandes produtoras de ter um local para filmar em um preço infinitamente menor, com relação a restaurantes, hotéis, locações e outras necessidades”.
Sobre Dimas Oliveira:
Completamente apaixonado pelo audiovisual, o cineasta Dimas Oliveira é diretor de cinema, TV, documentarista e jornalista. Já exerceu funções de Diretor Artístico e Roteirista em 32 filmes documentários na Rede STV SESC-SENAC de Televisão (de 1999 a 2006), também assinando os roteiros e pesquisas, destacando-se : ELIS REGINA, 20 ANOS DE SAUDADES (2002), RAUL SEIXAS O MALUCO BELEZA(2005), SÃO PAULO URBANISMO (2004), MULHERES NO CANGAÇO (1999), entre outros.
Você com certeza já leu esse nome em produções audiovisuais de sucesso. Dimas já dirigiu os filmes curtas, médias e longas metragem: DESATINO (2008), SUPER HERÓIS DO SEXO (PROAC/SP- 2010) ,OS ULTIMOS COMPASSOS (2012), VIDA FÁCIL(2014), NOVARRO, DESEJO E MORTE (2015), além de diversos trabalhos em dramaturgia nas emissoras: CNT-GAZETA, TV BAND, REDE MULHER (RECORD), no período de 1996 a 2000).
Não para por aí! Com um reconhecimento merecido, o cineasta recebeu o Prêmio Mauá de Excelência em Cinema Documental, além da Medalha de Mérito Cívico de Desempenho em Artes Cinematográficas. Recebeu também o título de Comendador da Ordem do Mérito Cívico e Cultural. Ele também ministra aulas de Cinema e TV com adaptação do Método Lee Strasberg.
“A importância do audiovisual para mim tem um poder muito grande e muito maior do que as pessoas podem pensar. Primeiramente, o audiovisual tem o poder de se tornar mágico e eterno. Tem a importância de preservar memórias, registros, costumes e histórias. Isso é muito importante para a construção do nosso futuro e para entender o nosso passado. Eu acredito que ele deveria ter um incentivo muito maior do que ele tem pelo próprio governo porque é uma profissão. É uma profissão do presente e do futuro, não vai terminar nunca”, afirma Dimas.