Coluna – Mundiais e Parapan começam a formar time brasileiro de Paris


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Em 2022, as seleções de vôlei sentado feminino e goalball masculino asseguraram ao Brasil as primeiras vagas à Paralimpíada do ano que vem. Nesta temporada, mais atletas e equipes do país também devem se garantir em Paris (França), via Campeonatos Mundiais ou Jogos Parapan-Americanos de Santiago (Chile), entre 17 a 26 de novembro. A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é levar 250 representantes à capital francesa, que deverá receber 4,4 mil esportistas entre 28 de agosto e 9 de setembro de 2024.

Vale lembrar que as vagas pertencem ao país, cabendo aos comitês paralímpicos nacionais (também chamados de NPC, sigla em inglês para National Paralympic Commitee) estabelecerem os critérios de quem terá direito – normalmente, os próprios atletas que as conquistaram são os contemplados. Para os Jogos de Tóquio (Japão), por exemplo, o CPB definiu que os medalhistas de ouro nos Mundiais de atletismo e natação de 2019 estariam garantidos na Paralimpíada. Para 2024, a entidade ainda não divulgou os parâmetros para definição da equipe.

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“É prematuro falar [sobre projeção de vagas paralímpicas conquistadas em 2023] ainda em janeiro, mas teremos uma equipe de qualidade. A preocupação não é somente quantidade, mas que os atletas que forem à Paralimpíada estejam em condições de buscarem medalhas ao Brasil”, disse o vice-presidente do CPB, Yohansson Nascimento, à Agência Brasil.

O Mundial de tiro com arco, entre 17 e 23 de julho, em Plzen (República Tcheca), definirá 78 das 140 vagas do esporte em Paris, sendo 24 nas disputas por equipes mistas e 54 nas individuais. Ainda em 2023, outras 30 serão decididas em três seletivas continentais – no caso das Américas, será o Parapan, depois da modalidade ter ficado fora da edição de 2019, em Toronto (Canadá).

Outro Mundial classificatório para 2024 será o de futebol de cegos, de 18 a 27 de agosto, em Birmingham (Grã-Bretanha). As três melhores seleções asseguram lugar em Paris. Dono de cinco títulos, sendo os três últimos consecutivos, o Brasil nunca esteve fora do pódio na competição. Basta manter esse retrospecto para se garantir na Paralimpíada, onde o time canarinho também buscará o hexa. A possibilidade derradeira será o Parapan, com vaga somente em caso de título.

Ainda em agosto, entre os dias 23 e 26, em Duisburg (Alemanha), acontece o Mundial de paracanoagem. Os seis primeiros de cada prova garantem um lugar ao respectivo país em Paris. Serão definidas 60 vagas no evento, 30 por gênero. Cada NPC pode ter, no máximo, cinco homens e cinco mulheres classificados aos Jogos. Em Tóquio, o Brasil contou com quatro representantes no masculino e três no feminino.

No Mundial de remo, de 3 a 10 de setembro, em Belgrado (Sérvia), mais 60 vagas serão preenchidas. São 14 em provas individuais (sete no masculino e sete no feminino) e as demais em três disputas mistas, sendo duas envolvendo barcos para duas pessoas (classes PR2 e PR3 – a diferença da última é que, além de tronco e braços, os atletas têm deficiência nas pernas) e uma de embarcações quatro competidores (dois homens e duas mulheres) e um timoneiro.

Se a classificação via Mundial não vier, os brasileiros terão nova oportunidade em Santiago. Os barcos vencedores das provas individuais masculina e feminina e da disputa mista da classe PR3 no Parapan se garantem na Paralimpíada. O país, porém, pode ter somente uma embarcação por evento de medalha em Paris.

Também em setembro, entre os dias 17 e 29, em Lima (Peru), ocorre o Mundial de tiro esportivo, que definirá 33 vagas (oito para homens, 13 para mulheres e 12 que independem de gênero) a Paris. A seleção brasileira terá, ao menos, outras duas chances de buscar a classificação ainda em 2023: além do Parapan (quatro lugares), há a Copa do Mundo de Changwon (Coreia do Sul), marcada de 22 de maio a 1º de junho (19 vagas).

As modalidades com mais definições para 2024 são, também, as que mais distribuem medalhas na Paralimpíada. O Mundial de atletismo – que, coincidentemente, será em Paris, de 8 a 17 de julho – decidirá para quais NPCs vão 652 de um total de 1.069 vagas paralímpicas. Os quatro melhores colocados das provas individuais asseguram lugar ao respectivo país nos Jogos.

Já no Mundial de natação, entre 31 de julho e 6 de agosto, em Manchester (Grã-Bretanha), os dois primeiros de cada disputa individual garantem lugar ao respectivo NPC em Paris. Ao todo, o evento definirá o destino de 270 das 605 vagas da modalidade à capital francesa.

O Parapan ainda será classificatório à Paris em mais três modalidades. Garantem-se os países que forem ouro no rugby em cadeira de rodas e no goalball – o que, no caso brasileiro, interessa à seleção feminina. Na bocha, serão sete vagas, distribuídas aos campeões por equipes (classes BC1/BC2) e pares (BC3 e BC4) em Santiago.

Por fim, no vôlei sentado, a seleção masculina terá duas oportunidades, em 2023, para ir a Paris. Entre 9 e 15 de maio, a equipe disputará o Campeonato Pan-Americano, em Edmonton (Canadá) e se classifica em caso de título. De 11 a 18 de novembro, a Copa do Mundo do Cairo (Egito), também dá ao time campeão um lugar nos Jogos.

O calendário deste ano também prevê outra edição da Copa do Mundo por equipes de tênis em cadeira de rodas (1º a 7 de maio) e Mundiais de basquete (9 a 20 de junho), halterofilismo (20 a 28 de junho), paraciclismo (3 a 13 de agosto), paratriatlo (23 a 24 de setembro) e esgrima (2 a 8 de outubro). Embora não sejam classificatórios à Paris, participar dos eventos será fundamental para os atletas cumprirem exigências competitivas e somarem pontos nos respectivos rankings, podendo confirmar o passaporte paralímpico em 2024.

* Lincoln Chaves é repórter da TV Brasil, Rádio Nacional e Agência Brasil