O esporte em todo o mundo parou. E o futebol brasileiro não poderia ficar de fora dessa paralisação. Por enquanto por 15 dias, mas infectologistas dizem que isso pode se estender por até três meses, já que, aqui no Brasil, ainda não atingimos – infelizmente – o pico da transmissão do vírus. E por isso todos os cuidados são necessários, para que os números de casos não subam, como aconteceu lá fora.
É evidente que a saúde está em primeiro plano e tudo o que está sendo feito é essencial. O que vai acontecer com as competições, os clubes e os atletas passa a ser secundário. Mas podemos pensar nas possibilidades, diante dos fatos recentes e com a ajuda de algumas contas.
Em 2020 começam as eliminatórias da Copa, e as duas primeiras rodadas sul-americanas já foram adiadas. Tem tempo, até 2022, para recuperar. Mas são datas em que as competições nacionais param, por serem data-Fifa. Ainda não sabemos o que será definido para elas, mas já é sabido que a Eurocopa e a Copa América, previstas para este ano, já passaram para 2021. E isso deverá afetar a realização do primeiro “super” Mundial de Clubes que a Fifa estava planejando realizar.
Voltemos ao Brasil. De hoje até o dia 6 de dezembro, data prevista para o início das férias dos jogadores, são 37 semanas. E pela legislação que rege o intervalo entre os jogos, é possível termos duas partidas por semana, para cada equipe.
Como dito lá em cima, a bola não vai voltar a rolar hoje, e provavelmente essa volta aos campos ainda vai demorar. Para ficarmos numa expectativa positiva, vamos considerar dois meses, até porque os times precisam voltar a treinar, antes de jogar. São menos 8 semanas, nos deixando 29, ou 58 datas.
As Copas Sul-Americana e Libertadores não se atropelam, porque os participantes são diferentes. A Sul-Americana precisa de nove datas para ser concluída; a Libertadores, de 11. A questão é que muitos desses clubes estão, também, na Copa do Brasil. E ela precisa de outras dez datas para indicar o campeão. E não podemos esquecer do Brasileirão, que tem times na Libertadores/Sul-Americana e na Copa do Brasil! E só a Série A – e a B – gastam 38 datas do calendário.
Reparem que estou deixando de lado os campeonatos estaduais, que em média precisam de cinco datas para serem concluídos. E tem ainda a Copa do Nordeste e a Copa Verde, que nem começou. E, claro, alguma rodada das Eliminatórias da Copa!
Se pensarmos apenas nas equipes que estão na Libertadores, nas oitavas-de-final da Copa do Brasil e no Brasileirão, são 38+11+10 = 59 datas, que um, ou até dois times brasileiros poderão precisar usar.
Qual a solução? Como mandam os médicos, lavo minhas mãos. Em primeiro lugar a saúde. E bola pra frente.
Por – Sergio du Bocage, apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil