General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva defendeu ainda que militares devem ser apartidários no exercício da função
O comandante militar do Sudeste, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, pediu a sua tropa respeito aos resultados das urnas e chamou os últimos atos no país de “terremoto político”. A fala foi proferida durante discurso no Quartel-General Integrado (QGI), em São Paulo, durante evento que homenageava os militares mortos durante terremoto no Haiti, nesta quarta-feira.
“Também é o regime do povo. Alternância de poder. É o voto, e quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta, nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel da instituição de Estado, da instituição que respeita os valores da pátria. Somos Estado”, afirmou o general.
O general comentou ainda os últimos acontecimentos do país e criticou o e criticou ainda os atos mobilizados pela internet.
“Nós últimos dias, nós estamos vivendo um outro tipo de terremoto no país: um terremoto político. (…).Todo nós somos hoje hiperinfomados. Para excesso de informação só tem um remédio: mais informação. É se informar com qualidade e buscar fontes fidedignas”, orientou.
O vídeo com o discurso foi publicado no canal oficial do Comando Militar do Sudeste no Youtube. Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que já foi chefe de gabinete do general Eduardo Villas Bôas, assumiu o comando da corporação em abril de 2021, ainda na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A unidade abrange 59 organizações militares e tem um efetivo de mais de 17 mil militares.
Em sua fala, o general falou ainda sobre como deve ser o posicionamento político dos tropas, pontuando que o militar pode ter sua opinião, mas não deve manifestá-la.
““Isso não significa que o cara não seja um cidadão, que o cara não possa expressar seu direito de ter uma opinião. Ele pode ter, mas não pode manifestar. Ele pode ouvir muita coisa, muita gente falando para ele fazer isso ou aquilo, mas ele fará o que é correto, mesmo que o correto seja impopular”, afirmou.
Ele comentou ainda o papel e a postura que se espera de um militar:
“Ser militar é isso. É ser profissional. É respeitar a hierarquia e disciplina. É ser coeso. É ser íntegro. É ter espírito de corpo. É defender a pátria. É ser uma instituição de Estado. Apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando: a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente”.
Fonte: O Globo