O Museu de Ciências da Terra (MCTer) inaugurou hoje (23) a Exposição Itinerante, dentro do programa Museu em Movimento. A iniciativa faz parte da programação nacional da 15ª Primavera dos Museus, evento promovido anualmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). A exposição é gratuita e tem indicação para todas as idades. O MCTer fica no bairro da Urca, na zona sul do Rio de Janeiro.
A museóloga Célia Corsino, coordenadora-geral do MCTer, informou à Agência Brasil que a exposição mostra aos visitantes exemplares de fósseis da região de Araripe (CE), além de minerais encontrados em vários estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e outros minerais usados no cotidiano das pessoas. O acervo pertence ao próprio MCTer.
O edifício que abriga o museu, construído em 1907, está fechado para obras de restauração. Por isso, a exibição ocorre na área externa, em tendas montadas graças a uma com a Fundação Parques e Jardins da prefeitura carioca. A exposição estará aberta ao público até o próximo sábado (25), das 10h às 16h.
“Para nós, foi uma surpresa: muita gente passando e parando. Gente da comunidade, temos escolas que estão vindo, até de crianças pequenas. Temos uma biblioteca infantil, contação de histórias, atividades recreativas e educativas para crianças”, informou Célia. Os visitantes podem aproveitar também a mostra para conversar com os paleontólogos e geólogos do museu. “É uma pequena exposição, mas com essa movimentação toda”.
Célia informou que, neste ano, os funcionários do MCTer têm bons motivos para comemorarm já que, apesar de muito antigo, somente na atual gestão o espaço se tornou um “museu de direito”: “recebemos o nosso CNPJ [Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica] agora e vamos poder, então, trabalhar melhor para tentar restaurar o prédio e fazer nova exposição”, disse Célia que ocupa o cargo de coordenadora-geral da unidade, administrada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).
Obras
Segundo ela, os principais projetos do MCTer, neste momento, são a obra de recuperação da sede do museu e a montagem de uma nova exposição. O projeto executivo, que vai permitir saber o custo da obra, já está em elaboração e faz parte de um acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Petrobras e o Serviço Geológio do Brasil. “É um acordo grande e para nós aqui do museu está financiando a execução dos projetos”. Célia informou que, com o projeto pronto, será possível usar as leis de incentivo fiscal para tentar fazer a restauração do prédio, que é grande.
Segundo a museóloga, o museu vai crescer muito depois das obras de recuperação passando a ocupar os três andares do edifício histórico. Atualmente, somente um andar está ocupado. A restauração deve começar no segundo semestre de 2022, após o término do projeto, previsto para junho do próximo ano.
“Mesmo que eu já tenha o projeto cultural elaborado, eu só poderei fazer a captação de recursos a partir de junho, com o orçamento real da obra”. Segundo Célia, a expectativa é de que no final do ano que vem a instituição tenha recursos suficientes para iniciar as obras, que devem durar de dois a três anos.
O MCTer é o museu de história natural que abriga o maior conjunto de fósseis do Brasil, com um acervo relevante nas áreas de paleontologia, mineralogia, petrologia e meteorítica. “A gente espera fazer um excelente museu. É uma obra sólida e vai dar todas as condições para que o acervo e os visitantes tenham tranquilidade de estar em um lugar com segurança”.
Revitalização
Além da atividade cultural na 15ª Primavera dos Museus, o MCTer deu também início à ação de revitalização da Praça Guilherme Figueiredo, que fica ao lado da sede do equipamento. O espaço, hoje degradado, será recuperado para incentivar sua utilização por moradores e estudantes da região.
O coordenador do Núcleo de Educação do MCTer, paleontólogo Rodrigo da Rocha Machado, explicou que a revitalização faz parte da cooperação firmada com a Fundação Parques e Jardins e conta com o envolvimento de moradores da Urca e de estudantes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), situado em frente à praça, que criaram o Coletivo Pé da Praça. A proposta é criar uma agrofloresta urbana e comunitária para a produção de alimentos, plantas medicinais, reflorestamento de plantas nativas da Mata Atlântica e compostagem.
Primavera dos Museus
Com o tema Museus: perdas e recomeços, a 15ª Primavera dos Museus foi aberta no último dia 20 e se estenderá até o próximo domingo (26). A edição deste ano conta com 685 museus participantes e 1.760 eventos cadastrados. Ao todo, 296 cidades de 25 estados estão promovendo atividades como shows, peças de teatro, seminários, exposições, cinema, visitas mediadas, debates, lançamento de livros, ‘workshop’, festivais, entre outras. Clique aqui e confira a programação completa.