As facções militares em guerra no Sudão se enfrentaram por ar e por terra na capital do país nesta terça-feira (6). Houve aumento da violência e a propagação da ilegalidade, ampliando o sofrimento dos moradores que já tinham dificuldades com escassez de comida e remédios.
Em sua oitava semana, os combates entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) mataram centenas de civis, levaram 400 mil para além das fronteiras e mais de 1,2 milhão para fora da capital e de outras cidades.
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A Arábia Saudita e os Estados Unidos intermediaram negociações que levaram a um cessar-fogo, com o objetivo de fornecer assistência humanitária, mas as negociações fracassaram na semana passada. Embora as delegações permaneçam em Jeddah, nenhuma conversa direta foi anunciada.
Os combates têm causado grandes estragos na capital, onde os moradores estão à mercê de batalhas, ataques aéreos e saques.
Os ataques aéreos e de artilharia continuaram durante a noite, com moradores no sul e leste de Cartum e no norte de Bahri relatando ter ouvido sons de confrontos de artilharia e armas na manhã de hoje.
Durante a noite, as duas forças se enfrentaram nas ruas da cidade de Omdurman, em torno da base do Corpo de Engenheiros do Exército. O Exército, que tende a preferir ataques aéreos a combates terrestres, conseguiu manter suas posições ao redor da base, mas não conseguiu repelir a RSF, que controla a maior parte do resto da cidade.
“Nosso bairro se tornou uma zona de guerra. Há confrontos violentos e ataques ao redor porque nossa casa fica ao lado do Corpo de Engenheiros”, disse Jawahir Mohamed, de 45 anos.
(Reportagem de Khalid Abdelaziz, Nafisa Eltahir e Adam Makary)
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