Conheça Lhays Macedo, dubladora brasileira que conta um pouco sobre a importância do seu trabalho

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A data que se comemora do Dia do Dublador Brasileiro (29/06) foi criada com a finalidade de homenagear e ajudar na visibilidade de um trabalho artístico muito significativo para a cultura local. Dubladora há 12 anos, Lhays Macedo revela o quão é valioso o trabalho de dublagem. A voz é uma arte, isso significa dizer que é mais que uma ferramenta de trabalho. E esse mercado tem crescido nos últimos anos, sobretudo no Brasil, pois, através da dublagem, a identidade local é valorizada e difundida internacionalmente.

Ligados ao SATED – Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões – Lhays nos conta que “a dublagem é uma especialização da profissão do ator. O mercado brasileiro, com seus polos principais RJ-SP, trabalha com regulamentações em respeito aos profissionais envolvidos”, diz. De acordo com o Ministério do Trabalho, atualmente, o Brasil conta com mais de 500 profissionais ativos na área. Criado em 1930, a dublagem em filmes e séries e outras produções do audiovisual, contribuiu para a democratização da arte e, sobretudo, do cinema.
No Brasil, a arte da dublagem iniciou-se com desenhos animados e foi só dez anos mais tarde que um filme foi dublado para o cinema. “Eu enxergo o mercado de atores em dublagem de forma crescente, mas também como, todos os outros setores, enfrenta seus desafios. Uma das nossas maiores lutas é por reconhecimento e valorização. A internet tem papel fundamental nessa jornada, ela nos tornou conhecidos (não apenas nossas vozes mas também nossos rostos)”, afirma Lhays Macedo.

Lhays também fala um pouco do caráter social e da acessibilidade que a dublagem proporciona. A importância da dublagem em obras internacionais é imensurável. “Primeiro, pela acessibilidade para públicos como cegos, idosos com dificuldade de leitura e crianças. Mas, para além da acessibilidade, também trabalhamos o caráter artístico e servimos ao público que prefere e opta por assistir dublado”, conta a artista.

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Atualmente, tramita nos setores da Cultura a Lei que obriga a todas as salas do cinema a se adaptarem afim de oferecer serviços como o recurso da audiodescrição, legenda descritiva, além de outros acessos afim de melhorar a acessibilidade a todos os públicos que procuram o cinema. Lhays afirma que “o trabalho é sempre feito com muito cuidado para entregarmos um produto com uma versão brasileira de qualidade. O ideal é que a dublagem esteja tão bem feito, que o público não perceba que aquilo está dublado”.

Entre os trabalhos memoráveis de Lhays Macedo, ela revela que as sequências infantis Spirit: Cavalgando Livre (2017) e Spirit: O Indomável (2021) são os que ela mais amou realizar: “a personagem é a queridinha de muitas crianças e também foi uma realização de um sonho para mim em vários sentidos”; em Criando Dion, série ficcional de 2019, Lhays dublou Nicole, segundo ela, “um dos trabalhos mais desafiadores. Minha personagem é uma mãe que precisa criar sozinha um filho com super poderes. A personagem tem muitas camadas, exigiu um olhar muito atento e sensível da minha parte”; e, Mis Marte de Justiça Jovem (2010), “irei recordar pra sempre. Foi minha primeira protagonista há mais de 10 anos, e recentemente voltou para as telinhas na nova temporada da série ‘Justiça Jovem’. Na trama, a história também avança 10 anos e foi incrível voltar a dublar a personagem mais madura anos depois”, revela emocionada a dubladora.