Últimas quatro edições do torneio foram conquistadas por equipes brasileiras
Finalizada a fase de grupos da Libertadores Feminina, as três equipes brasileiras garantiram vaga para as quartas de finais com 100% de aproveitamento. Corinthians, Palmeiras e Internacional venceram todas as partidas que disputaram até aqui e se colocam como favoritas na briga pelo título.
Dos times do exterior, a melhor campanha é do Universidad de Chile, que somou duas vitórias e um empate. Já em outras edições, os títulos do Palmeiras em 2022, da Ferroviária em 2020, e do Corinthians nos anos de 2019 e 2021, também reafirmam a recente hegemonia que as equipes brasileiras detém na competição.
“A primeira fase da Copa Libertadores Feminina demonstrou a grandeza dos clubes brasileiros na competição, uma vez que todos os participantes do país já haviam garantido antecipadamente a classificação para as quartas de final. Creio que para alcançar grandes resultados é necessário investir e dar estrutura para a base, como acontece nas grandes potências mundiais. A base é uma parte vital do processo para o desenvolvimento da modalidade e investir nesta categoria significa projetar o futuro e trabalhar em prol da consolidação do futebol feminino no país”, afirma Camila Estefano, General Manager do Em Busca de Uma Estrela, projeto social que dá a oportunidade de desenvolvimento, crescimento e sucesso para meninas que querem ser atletas profissionais.
No grupo A, o atual campeão Palmeiras venceu Barcelona-ECU, Caracas-VEN e o Atlético Nacional-COL. O próximo adversário será o Olímpia-PAR, já na fase de mata-mata, neste sábado (14). Já no grupo C, o Corinthians também passou em primeiro lugar. O time de Arthur Elias enfrenta o América de Cali-COL, no domingo (15). Nos últimos seis anos, as “Brabas do Timão” conquistaram o torneio internacional em três oportunidades.
Estreantes na competição, as coloradas, por sua vez, lideraram o grupo D. A equipe garantiu a inédita participação no torneio internacional após chegar à final do Campeonato Brasileiro de 2022, contra o Corinthians. Nos últimos anos, a equipe vem conquistando títulos regionais, como as edições do Campeonato Gaúcho de 2017, 2019, 2020 e 2021. Já fora das quatro linhas, com o objetivo de tornar a modalidade feminina autossustentável, a diretoria do clube ainda vem trabalhando ano a ano com orçamento em crescimento. Na atual temporada, é da ordem de 40% maior em relação a 2022.
“A participação nessa edição da Libertadores representa o ponto mais alto alcançado pelo clube na modalidade até os dias de hoje. Considerando que o nosso primeiro departamento feminino foi implantado há exatos 40 anos, em 1983, é um feito a ser reconhecido e comemorado. Esperamos coroar com o título todo o apoio e esforço que a diretoria do clube tem empregado na modalidade, além de toda a entrega e dedicação das atletas e colaboradores”, avalia Leonardo Menezes, diretor das categorias de base do Internacional.
Para Fábio Wolff, membro do comitê organizador do Brasil Ladies Cup, torneio amistoso que ocorre ao final da temporada e tem sua terceira edição confirmada para 2023, o potencial comercial da categoria impulsiona os investimentos dos times no esporte: “A crescente evolução do futebol feminino tem despertado o interesse de um número crescente de empresas em investir nessa modalidade, o que, por sua vez, fortalece o esporte e caminha em paralelo com o desenvolvimento da categoria”, avalia.
Conquistando mais espaço na TV e maior prestígio no Brasil e no mundo, o futebol feminino vem apresentando uma crescente nos últimos anos. Entre as finais do Campeonato Brasileiro Feminino, de 2022 e deste ano foram registrados os três maiores públicos da história da modalidade no país, sendo o maior o do jogo decisivo deste ano entre Corinthians e Ferroviária, quando mais de 42 mil torcedores estiveram presentes. Já fora do Brasil, a Copa do Mundo feminina também registrou os recordes de quase 2 milhões de espectadores nos estádios e de 2 bilhões de pessoas assistindo à competição em todo o mundo, conforme divulgou a FIFA.
Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let’s Goal, afirma: “O futebol feminino é uma realidade crescente, com números que aumentam a cada dia, tornando-se uma plataforma valiosa para os times se conectarem com seus públicos, além de trazer oportunidades de novas receitas aos clubes.”
Seguindo essa crescente, a Conmebol decidiu mudar significativamente o valor da premiação da Libertadores feminina em 2023, com a distribuição de US$3,35 milhões entre os 16 clubes participantes. O aumento é de 55% em relação à edição de 2022. No ano passado, o prêmio era de US$1,7 milhão para o campeão.
“O aumento das cifras para a atual edição explicita que o futebol sul-americano feminino também apresenta importante potencial para a geração de receitas. Os maiores valores envolvidos também podem tornar a competição ainda mais atraente e rentável”, explica Rogério Neves, CEO da Motbot, primeira plataforma brasileira de crowdfunding esportivo.