A Academia Brasileira de Letras (ABL) informou que o translado do corpo da acadêmica Nélida Piñon ao Brasil está na etapa final das burocracias. “No momento, trabalhamos com uma previsão de recebê-lo entre segunda-feira e quarta-feira próximas”, disse a instituição, por meio de sua assessoria de imprensa.
A escritora Nélida Piñon morreu aos 85 anos de idade, no último sábado (17), em Lisboa, Portugal, onde estava há três meses e onde foi operada para tratar de problemas na vesícula. O corpo será velado no Petit Trianon da ABL e enterrado no Mausoléu da instituição, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.
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No próximo dia 2 de março, a academia realizará uma Sessão da Saudade em homenagem à escritora, que foi a primeira mulher a presidir a instituição, de 1996 a 1997. Durante o evento, será declarada aberta a etapa de candidaturas para ocupação da cadeira 30, ocupada até então pela autora carioca, nascida em 3 de maio de 1937.
Nélida foi eleita para a ABL em 27 de julho de 1989, tornando-se a quinta ocupante da cadeira 30. Ela tomou posse em 3 de maio de 1990, sendo recebida por Lêdo Ivo. Sua obra engloba vários gêneros literários, como romance, conto, crônica, entre outros, e foi traduzida para mais de 30 idiomas.
Formou-se em jornalismo pela Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio). Seu primeiro romance, Guia-mala de Gabriel Arcanjo, foi publicado em 1961. Foi vencedora do Prêmio Jabuti duas vezes e a primeira mulher a receber o Prêmio Internacional de Literatura Juan Rulfo, considerado o mais importante da América Latina e Caribe. Em 2005, Nélida ganhou o Príncipe de Astúrias de Las Letras, maior prêmio espanhol de literatura.